Foto tirada em 6 de novembro de 2024 mostra o Leão de Veneza na Praça de São Marcos, em Veneza, Itália. Um estudo recente liderado por uma equipe de cientistas italianos, incluindo arqueólogos, geocientistas e sinólogos, sugere que o icônico leão de bronze pode ter suas raízes na dinastia Tang (618 d.C. - 907 d.C.) da China. (Xinhua/Li Jing)
Hitzfeld enfatizou a necessidade de uma cooperação mais forte com autoridades ambientais e organizações de proteção climática para lidar com essas ameaças emergentes.
Berlim, 13 nov (Xinhua) -- Um importante especialista pediu uma maior colaboração internacional e uma abordagem transfronteiriça para proteger o patrimônio cultural, que ele descreveu como um tesouro global que pertence a toda a humanidade.
Gregor Hitzfeld, secretário-geral do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS, em inglês) na Alemanha, enfatizou a importância da ação coletiva na preservação do patrimônio cultural. "Somente por meio de diálogo e colaboração contínuos entre proprietários de monumentos, autoridades, instituições e outras partes interessadas podemos garantir sua proteção sustentável", disse Hitzfeld em uma entrevista recente à Xinhua.
Foto tirada em 29 de julho de 2021 mostra uma vista de Spa, na Província de Liège, Bélgica. O local transnacional, "As Grandes Cidades Termais da Europa", foi inscrito na lista do patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, em inglês). A decisão, tomada durante a 44ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, realizada on-line e presidida em Fuzhou, na China, foi muito bem recebida pelas cidades termais de toda a Europa. O local do patrimônio mundial compreende 11 cidades localizadas em sete países europeus: Áustria, Bélgica, República Tcheca, França, Alemanha, Itália e Reino Unido. (Xinhua/Zhang Cheng)
Hitzfeld compartilhou seus pensamentos na Denkmal Leipzig 2024, a principal feira comercial da Europa para conservação, restauração e renovação de edifícios históricos. A feira deste ano, que terminou no sábado, concentrou-se na preservação dos locais do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com atenção especial aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
"A mudança climática está tendo um efeito profundo nos recursos hídricos", explicou Hitzfeld. "Estamos experimentando extremos: pouca ou muita água em intervalos mais curtos e por períodos prolongados. Isso já está afetando muitos locais de Patrimônio Mundial na Alemanha e em todo o mundo."
Pessoas caminham pela Praça de São Marcos, inundada, em Veneza, Itália, em 13 de novembro de 2019. Os moradores da cidade inundada de Veneza estão pedindo que um ambicioso plano de proteção contra enchentes, elaborado pela primeira vez há décadas, seja concluído, apesar das preocupações de grupos ambientais de que o plano poderia causar danos ecológicos à área circundante. As águas das enchentes na cidade do norte da Itália chegaram a 187 centímetros, o nível mais alto desde a enchente histórica de 1966. (Foto por Alberto Lingria/Xinhua)
Como órgão consultivo do Comitê do Patrimônio Mundial e da UNESCO, o ICOMOS tem documentado cada vez mais danos relacionados ao clima em locais culturais durante suas atividades de monitoramento. Hitzfeld enfatizou a necessidade de uma cooperação mais forte com autoridades ambientais e organizações de proteção climática para enfrentar essas ameaças emergentes.
Com décadas de experiência em conservação de patrimônio, Hitzfeld também destacou o potencial crescente da inteligência artificial (IA) no campo. "A IA oferece oportunidades significativas, especialmente na gestão do patrimônio", observou ele. "Ela pode nos ajudar a identificar ou prever danos a edifícios, comparar casos, recomendar técnicas e materiais de restauração e até mesmo auxiliar na identificação arqueológica."
Foto aérea tirada com drone em 30 de agosto de 2024 mostra uma vista das Oito Aldeias Chengyang no Distrito Autônomo da Etnia Dong de Sanjiang, na Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, no sul da China. A Grande Canção de Dong ostenta uma rica história como uma forma única de coro folclórico executado sem o auxílio de instrumentos musicais ou de um cantor principal. Ela foi inscrita na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2009. (Xinhua/Zhang Ailin)
No entanto, ele enfatizou que, embora a IA tenha muito a oferecer, ela não pode substituir a experiência dos profissionais do patrimônio humano. "A IA continua sendo uma ferramenta, e não um substituto para o conhecimento e a experiência diferenciados dos especialistas em patrimônio", advertiu.
Com relação ao papel da China na preservação global do patrimônio, Hitzfeld elogiou os esforços do país. "A China tem um rico patrimônio cultural e suas instituições adquiriram uma experiência considerável na proteção desses tesouros", disse ele. "Damos as boas-vindas a mais instituições e especialistas chineses que se juntam ao esforço internacional para proteger o patrimônio cultural."