Análise: Por que as políticas pró-consumo da China não devem ser comprimidos efervescentes-Xinhua

Análise: Por que as políticas pró-consumo da China não devem ser comprimidos efervescentes

2024-11-14 10:36:15丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 13 nov (Xinhua) -- Céticos e opositores da força de consumo da China enfrentaram uma dura verificação da realidade quando a festa anual de compras online do país atingiu seu clímax na segunda-feira, demonstrando o robusto poder de consumo da segunda maior economia do mundo.

Gigantes do comércio eletrônico, incluindo Alibaba e JD.com, relataram aumentos impressionantes nas receitas e no número de usuários durante o festival de compras prolongado pelo Dia dos Solteiros deste ano, que acontece de outubro a meados de novembro.

O frenesi anual de negociações, concomitante à implementação pelo governo chinês de uma série de grandes medidas de estímulo ao crescimento, incluindo substituições de bens de consumo em larga escala, pode demonstrar a eficácia das políticas do governo chinês.

Um destaque do evento do consumidor é um aumento nas vendas de mercadorias elegíveis para o programa de substituições do governo. A JD.com registrou um crescimento de mais de 200% ano a ano no volume de transações em mais de 500 categorias de eletrodomésticos e móveis, enquanto as vendas da varejista Suning para substituições dispararam 247%.

Apesar de uma maior vitalidade do mercado, recentemente, algumas narrativas no exterior vem deturpando ou distorcendo persistentemente o panorama do consumo, muitas vezes com base em informações desatualizadas. A chamada "crise de consumo" é mais um mito do que realidade; alegações de um "estímulo abaixo do esperado" são meras afirmações prematuras; e a noção de que a China "não está pronta para mudar para uma economia impulsionada pelo consumo" erra o alvo por mil milhas.

A maioria das interpretações errôneas sobre as políticas econômicas da China decorre da expectativa de que elas funcionem como comprimidos efervescentes jogados na água. Alguns se apegam ao velho hábito de antecipar uma reação rápida e dramática na forma de um estouro repentino de bolhas e atividades que parecem dissolver rapidamente os desafios econômicos. Essa expectativa leva à impaciência e à equívocos.

A abordagem da China é mais sutil e equilibrada e muitas vezes se concentra em soluções de longo prazo. Ao contrário do efeito rápido, mas fugaz, de um comprimido efervescente, as estratégias econômicas de Beijing visam um impacto sustentado que não apenas sustenta o crescimento constante, mas também leva a um desenvolvimento de maior qualidade.

O governo implementou medidas sistemáticas para desbloquear o vasto potencial de consumo do país. Isso inclui aumentar a despesa fiscal, aumentar a renda das pessoas, remover barreiras de mercado e abrir novas fronteiras de consumo por meio da inovação tecnológica e de uma maior abertura.

Algumas dessas políticas já mostraram eficácia. Um exemplo poderoso é o programa de substituições de bens de consumo, com 150 bilhões de yuans (US$ 20,7 bilhões) arrecadados por meio de bônus especiais do tesouro ultralongos alocados aos governos locais para sua implementação. O impacto já é visível, não apenas no aumento dos gastos com eletrodomésticos. As vendas de carros reverteram seu declínio em outubro, com as vendas de veículos de nova energia subindo 49,6% ano a ano.

Os indicadores econômicos mais amplos pintaram um quadro mais encorajador. A logística de comércio eletrônico atingiu um pico de cinco anos no volume de negócios em outubro, enquanto os gastos com serviços ao consumidor mostraram vigor renovado em um ritmo mais acelerado, principalmente na hotelaria e alimentação.

Outras políticas levam mais tempo para surtir efeitos. Uma medida recente para aumentar o teto da dívida dos governos locais em 6 trilhões de yuans, que aborda principalmente as dívidas ocultas, também permitirá aos governos locais mais espaço fiscal para aumentar os investimentos no bem-estar público. Isso é fundamental para a expansão do consumo a longo prazo, pois aborda fatores fundamentais que inibem o comportamento do consumidor e o poder de compra.

Seria equivocado subestimar o compromisso do governo chinês de reequilibrar a economia. O consumo já é o principal motor do crescimento econômico do país. Nos três primeiros trimestres de 2024, o consumo contribuiu com 49,9% do crescimento econômico do país, superando substancialmente o investimento, que representou 26,3%.

Além disso, em vez de posicionar o consumo e o investimento como prioridades concorrentes, a China pretende promover um ciclo virtuoso entre os dois. O conjunto cuidadosamente calibrado de políticas de apoio ressalta a abordagem holística do país para impulsionar o consumo e sua determinação de aproveitar todos os seus recursos de forma eficiente, não apenas para atingir as metas econômicas anuais, mas também para cultivar um crescimento sustentável e de alta qualidade por meio de reformas estruturais.

Nessa perspectiva, as alegações de que a chamada "abordagem coletivista do planejamento econômico" da China sufoca os gastos do consumidor simplificam demais uma rica realidade. Tais alegações representam uma narrativa conveniente, mas defeituosa, muitas vezes propagada por aqueles que não conseguem entender a perspicaz gestão econômica da China - uma estratégia que combina habilmente os papéis do mercado e do governo.

Esse modo eficaz ajuda a formar uma classe média diversificada e crescente na China, ansiosa por produtos e serviços de qualidade, com maior confiança do consumidor do que em muitas outras partes do mundo. A pesquisa ConsumerWise em agosto, da McKinseyem, revelou que 59% dos consumidores chineses esperavam uma recuperação econômica dentro de meses, superando em muito o otimismo nos Estados Unidos, Reino Unido e Japão, mesmo antes de as medidas incrementais pró-crescimento entrarem em vigor.

As empresas estrangeiras que reconhecem o imenso poder de compra e a evolução dos gostos dos consumidores chineses estão se expandindo na China. A marca canadense de roupas esportivas lululemon, tendo experimentado um forte crescimento desde que entrou no continente chinês em 2013, espera que o mercado se torne o segundo maior do mundo, com mais de 200 lojas até 2026.

O cenário de consumo da China não é uma simples história de expansão ou recessão, mas um conto complexo de transformação empolgante. Evitar a "mentalidade de comprimidos efervescentes" é fundamental para avaliar com precisão o cenário do consumidor da China. Ao capturar as mudanças sutis e as novas oportunidades com paciência e perspectiva, as empresas e observadores podem descobrir um mercado e uma riqueza de potencial duradouro em uma das bases de consumidores mais dinâmicas do mundo. 

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com