Shanghai, 6 nov (Xinhua) -- O Índice de Abertura Mundial, que mede os níveis de abertura de 129 economias de 2008 a 2023, mostra que a China continua sendo um dos pontos positivos em um cenário de abertura globalmente em declínio.
O índice foi incluído no Relatório de Abertura Mundial 2024, divulgado na terça-feira no sétimo Fórum Econômico Internacional de Hongqiao, em Shanghai.
Em 2023, o Índice de Abertura Mundial ficou em 0,7542, com reduções de 0,12% em relação a 2022; 0,38% em relação a 2019; e 5,43% em relação a 2008. Isso sugere uma tendência geral de queda na abertura econômica global.
O índice, divulgado pela primeira vez em 2021, foi compilado pelo Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS) e pelo Centro de Pesquisa do Fórum Econômico Internacional Hongqiao.
De acordo com o relatório, o ritmo da globalização econômica continuou a oscilar no ano passado, com o nível de abertura do mundo "em déficit".
"Várias formas de unilateralismo e protecionismo estão aumentando, já o crescimento econômico global está desacelerando. Além disso, muitas economias estão ampliando as tarifas e medidas não tarifárias e os riscos geopolíticos estão se intensificando, combinados com choques como a pandemia da COVID-19", disse o relatório, listando os principais fatores que contribuem para uma economia global menos aberta.
Zhang Yuyan, economista e acadêmico da CASS, disse que o número de medidas de intervenção comercial global ultrapassou os 4.700 no período de 2020 a 2023, significativamente maior do que os níveis anteriores a 2020.
As sanções econômicas operam contra a abertura, impondo um impacto negativo sobre a globalização, disse o economista ganhador do Prêmio Nobel, Christopher Pissarides, em um simpósio após a divulgação do relatório. "Espero que elas acabem logo, mas não estou vendo isso", acrescentou.
Apesar desses desafios, a China é apresentada como uma das exceções positivas no cenário global de abertura, com base nos dados revelados pelo relatório.
A China fez um progresso significativo na expansão de sua abertura. De 2008 a 2023, o índice de abertura da China subiu de 0,6789 para 0,7596, um aumento de 11,89%, colocando-a entre as principais economias do mundo em termos de taxa de crescimento.
"A abertura da China é um modelo de engajamento mutuamente benéfico. No atual cenário internacional complexo e em constante mudança, eventos como a Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, sigla em inglês) tornaram-se símbolos brilhantes do compromisso da China com a abertura", disse Qu Weixi, diretor do Centro de Pesquisa do Fórum Econômico Internacional de Hongqiao.
O relatório também ressalta as principais áreas de cooperação global que surgiram apesar do crescente sentimento antiglobalização.
A abertura digital, a governança ambiental e climática e o setor de serviços são identificados pelo relatório como áreas significativas em que a colaboração internacional ganhou projeção.
Esses setores apresentam novas oportunidades para o crescimento global e sugerem o potencial para uma economia mundial mais interconectada e cooperativa diante do crescente protecionismo, de acordo com o relatório.
"Esperamos que o lançamento deste relatório desencadeie discussões mais aprofundadas e amplas sobre a abertura global. Ao promover um maior consenso e esforços coletivos, podemos contribuir para o desenvolvimento de uma economia global aberta", disse Qu. Fim