Randy Hudson, CEO da Hudson Pecan Company e ex-presidente do Conselho de Produtores de Pecã dos EUA, mostra nozes-pecã recém-colhidas em um de seus pomares em Rochelle, Geórgia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro de 2024. (Xinhua/Liu Yanan)
Por Liu Yanan e Xu Xingtang
Nova York, 27 out (Xinhua) -- Os produtores, processadores e comerciantes de nozes-pecã dos EUA estão ansiosos para retornar ao mercado chinês, tendo enfrentado preços mais baixos e lucro marginal, aumento dos custos de insumos, contratempos nos mercados estrangeiros e um golpe de furacões nos últimos anos.
Os principais participantes dos negócios enfatizaram a necessidade de reduzir as tarifas entre os Estados Unidos e a China para permitir a exportação de nozes-pecã volumosas para a China, que já foi o principal destino de exportação das nozes-pecã dos EUA.
PRODUTORES DE PECÃS LUTAM PELA SOBREVIVÊNCIA
Informantes do setor disseram que os baixos preços de venda no atacado e os maiores custos de insumos reduziram amplamente a margem de lucratividade nos negócios upstream nos últimos anos.
Em média, os produtores de nozes-pecã dos EUA receberam um preço de venda de 1,68 dólares americanos por libra da safra em 2023, abaixo dos 1,8 dólares por libra em 2022 e 2,16 dólares por libra em 2021, de acordo com dados emitidos pelo Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas sob o Departamento de Agricultura dos EUA em maio de 2024.
A indústria de nozes-pecã dos EUA costumava ganhar preços mais altos antes da China impor tarifas adicionais em 2018 em resposta às tarifas adicionais dos EUA visando importações da China, disse Will Easterlin, coproprietário da Easterlin Pecan Company, especializada em negociar nozes-pecã na Geórgia, em entrevista recente à Xinhua.
Easterlin disse que sua empresa enviou cerca de 200 contêineres de nozes-pecã para a China nos últimos anos, muito menos do que os 600 a 900 contêineres que enviava anualmente antes da guerra comercial.
Atualmente, o preço da noz-pecã está em torno de 2-2,5 dólares americanos por libra, com pouca margem de lucro, disse Brad Ellis, copresidente da Ellis Bros. Pecans Inc.
Ele acrescentou que o custo de produção de nozes-pecã também aumentou devido aos custos mais altos de combustível, mão de obra e produtos químicos.
A inflação está "matando a produção porque o preço do combustível e da mão de obra faz com que deixe de ser lucrativo para o fazendeiro continuar no negócio", disse Ellis.
"Agora cultivar e vender nozes-pecã nos Estados Unidos é uma proposta negativa", disse Randy Hudson, CEO da Hudson Pecan Company e ex-presidente do Conselho de Produtores de Pecã dos EUA.
FURAÇÃO HELENE COBROU UM PREÇO
O recente golpe do furacão Helene devastou os fazendeiros de nozes-pecã na Geórgia.
Cerca de um terço dos produtores de nozes-pecã na Geórgia foram afetados por esse furacão, disse Mary Mikelyn Bruorton, diretora-executiva da Associação de Produtores de Nozes-pecã da Geórgia, que tem mais de 420 membros em todo o estado.
Bruorton disse que dados preliminares mostraram que o furacão afetou cerca de 48.000 acres de pomares de nozes-pecã e destruiu cerca de 400.000 árvores de nozes-pecã.
Hudson disse que perdeu de 30 a 40% de seus pomares de nozes-pecã, localizados principalmente em Ocilla, no Condado de Irwin.
Embora esforços estejam sendo feitos para salvar o máximo de árvores possível, "levará dez anos até começarmos a colher nozes suficientes" para pagar pela manutenção envolvida no cultivo de uma árvore, disse Hudson.
"É devastador e provavelmente não se recuperará durante minha vida do que o furacão fez", disse Hudson, que está na casa dos setenta anos.
Hudson mencionou receber assistência dos governos estadual e federal para a limpeza e replantio de seus pomares, além de financiamento de seguradoras.
Ainda assim, de acordo com Hudson, a compensação do seguro representou apenas cerca de 10% dos custos de produção.
NECESSIDADE DESESPERADA DE MERCADO CHINÊS
Dada a escala e a prontidão do mercado chinês, os especialistas em negócios de nozes-pecã dos EUA pediram um retorno ao mercado chinês para superar as dificuldades.
"A China sempre foi uma grande amiga dos produtores de nozes-pecã dos EUA, e gostaríamos muito de abrir esses canais de volta para o país", disse Hudson.
Hudson afirmou que as tarifas chinesas representavam desafios significativos para as exportações de nozes-pecã dos EUA, colocando os exportadores americanos em clara desvantagem no mercado global.
"Pessoalmente, não gosto de tarifas. Honestamente, a tarifa é repassada ao consumidor com produtos a preços mais altos", disse Hudson à Xinhua.
"Durante o mandato do (ex-presidente dos EUA Donald) Trump as tarifas foram impostas às nozes-pecãs e, para todos os efeitos práticos, interromperam o embarque de nozes-pecã da Geórgia e dos EUA para a China", disse ele.
"(O presidente Joe) Biden teve a oportunidade de trabalhar com a China e remover essas tarifas por meio de processos de negociação, mas isso não foi feito", acrescentou ele.
Ellis, que administra 3.000 acres de pomares de nozes-pecã, disse que esperava que a disputa tarifária entre a China e os Estados Unidos fosse resolvida.
"Gostaríamos de ver as relações com a China voltarem a um nível em que o comércio de produtos agrícolas dos EUA para a China seja facilitado", disse Easterlin, "porque eles têm uma grande base de consumidores".
(Repórter de vídeo Xie E contribuiu para a matéria.)
Randy Hudson, CEO da Hudson Pecan Company e ex-presidente do Conselho de Produtores de Pecã dos EUA, acende polpa de noz-pecã fresca para mostrar a concentração de óleo de seus pomares em Rochelle, Geórgia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro de 2024. (Xinhua/Liu Yanan)
Randy Hudson, CEO da Hudson Pecan Company e ex-presidente do Conselho de Produtores de Pecã dos EUA, cuida de nozes-pecã despejadas em caminhão em um de seus pomares em Rochelle, Geórgia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro de 2024. (Xinhua/Liu Yanan)
Motorista dirige varredora para coletar nozes-pecã em pomar em Rochelle, Geórgia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro, 2024. (Xinhua/Liu Yanan)
Motorista dirige trator balançador para colher nozes-pecãs em um pomar em Rochelle, Geórgia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro de 2024. (Xinhua/Liu Yanan)
Árvores de nozes-pecãs derrubadas pelo furacão Helene são vistas em um dos pomares de Randy Hudson em Ocilla, Geórgia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro de 2024. (Xinhua/Liu Yanan)
Clientes compram em loja de nozes-pecãs da Ellis Bros. Pecans Inc. em Vienna, Geórgia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro de 2024. (Xinhua/Liu Yanan)
