Rio de Janeiro, 24 set (Xinhua) -- O Brasil não desistirá de abrir novos horizontes petrolíferos, como os da Margem Equatorial, enquanto houver demanda por gás e petróleo, apesar das críticas dos setores ambientais, afirmou nesta segunda-feira o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira.

"Não podemos e não vamos abrir mão de conhecer o verdadeiro potencial petrolífero do país", garantiu Silveira durante discurso na inauguração da Rio Oil & Gas (ROG), a maior feira do setor de petróleo e gás da América Latina e uma das maiores do mundo, que acontece até quinta-feira no Rio de Janeiro.

"Enquanto houver demanda por gás e petróleo, o Brasil continuará neste mercado", reiterou o ministro das Minas e Energia.

O governo brasileiro tem sido questionado por organizações ambientais por promover o aumento da produção de petróleo ao mesmo tempo que tenta se posicionar como líder na transição para energias renováveis.

Silveira argumentou que o país já possui uma matriz energética limpa e que precisa aproveitar a "pluralidade" de fontes de energia à sua disposição, sem se curvar ao "extremismo internacional".

Segundo o ministro, "a questão do petróleo não é uma questão de oferta, é uma questão de demanda global. E nós não deixaremos de ser exportadores para sermos importadores. Isso não seria justo com os brasileiros".

Em entrevista à imprensa após o seu discurso, Silveira disse estar "absolutamente convencido" de que o governo autorizará a exploração da Margem Equatorial, conjunto de bacias petrolíferas que se estende desde o estado do Rio Grande do Norte até o Amapá.

O primeiro pedido de licença ambiental para a atividade foi negado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), abrindo um confronto entre as áreas de energia e meio ambiente do governo. A Petrobras está recorrendo e discutindo as condições com o órgão ambiental.

Na inauguração do ROG, os líderes da indústria defenderam o petróleo como essencial para garantir o abastecimento energético mundial sem pressões inflacionárias.

"Estamos comprometidos com o hoje e sobretudo com o amanhã. Continuaremos fazendo o que sabemos fazer: fornecer energia segura, disponível e acessível para todos", disse Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), organizador do evento.

Silveira ressaltou que "o setor de petróleo e gás no Brasil é fundamental para as contas públicas" porque "os projetos mais importantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão no setor de petróleo e gás" e disse ainda que o Brasil continuará a leiloar áreas em busca de novas fronteiras exploratórias.