Uma escultura intitulada "Marco Polo" está em exibição na exposição "Marco Polo na China" na Academia das Artes do Desenho (em italiano: Accademia delle Arti del Disegno) em Florença, Itália, em 23 de julho de 2024. (Foto por Fu Xiao/Xinhua)

Florença, Itália, 23 jul (Xinhua) -- Um homem de meia-idade senta-se ereto a cavalo, olhando firmemente para a distância. Sua barba espessa e seu capacete característico indicam sua origem ocidental.

Essa pequena escultura, que exala um brilho de bronze com uma estética chinesa simplista, porém expressiva, está em uma exposição que está sendo realizada atualmente na Academia das Artes do Desenho (em italiano: Accademia delle Arti del Disegno) em Florença, Itália, e a escultura retrata ninguém menos que o famoso explorador italiano Marco Polo.

Intitulada "Marco Polo na China", a exposição comemora o 700º aniversário da morte do famoso explorador italiano por meio de esculturas e pinturas de Wu Weishan, renomado artista internacional e curador do Museu Nacional de Arte da China, mostrando a viagem de Marco Polo à China séculos atrás e atraindo o público de todo o mundo.

Como a primeira exposição individual de Wu em Florença, a exposição apresenta cerca de 50 peças do artista, incluindo obras conhecidas, esculturas inacabadas e suas pinturas mais recentes.

A Academia, com uma história que remonta a 1563, é conhecida por seu foco na pesquisa e criação de arte, realizando regularmente exposições e seminários para promover artistas e suas obras.

De acordo com Cristina Acidini, diretora da academia, por meio dessa exposição, a academia espera homenagear Marco Polo, um grande emissário do intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente. Ela disse à Xinhua em uma entrevista que Marco Polo é um símbolo eterno da exploração global.

"Hoje em dia, podemos viajar de forma mais conveniente, mas isso não significa que realmente entendemos os outros. Marco Polo é um modelo para continuarmos aprendendo e permanecermos abertos", disse ela.

Na exposição, uma série de pinturas de paisagens chinesas mais recentes de Wu foi exibida em um lado da galeria, com paisagens italianas em pinturas com tinta chinesa no lado oposto. A galeria também apresenta retratos de muitas figuras antigas chinesas e italianas, como Laozi, Qu Yuan e Leonardo da Vinci.

María, uma visitante da Espanha, disse à Xinhua que as obras expostas a impressionaram com um estilo simples, porém expressivo. "Ver essas obras de arte imbuídas do antigo charme chinês me permitiu imaginar as experiências de Marco Polo na China", disse ela.

Acidini disse que, por meio das esculturas, Marco Polo é colocado no mesmo espaço que os famosos filósofos e poetas chineses, criando um diálogo que transcende o tempo e o espaço.

Muitos visitantes compartilharam seus pensamentos em um livro de visitas no local. Um deles, assinado como "S.H.", escreveu: "Que variedade surpreendente de formas e estilos, todos eles são lindos".

Acidini disse que a arte é uma ponte muito eficaz para a comunicação intercultural, pois pode ser expressa visualmente sem o uso de linguagem ou a necessidade de conhecimento específico. "Os intercâmbios artísticos sino-italianos são excelentes maneiras de obter uma compreensão mais profunda um do outro", disse ela.

De acordo com Antonio Di Tommaso, curador da exposição e também chefe do departamento de escultura da Academia das Artes do Desenho, Wu tem um profundo conhecimento da vida e da história de Marco Polo e contou essa história por meio de seu meio especializado.

A exposição, que vai de 9 a 28 de julho, é organizada pela Academia e sediada pela Associação de Arte Contemporânea China-Itália. 

Foto tirada em 23 de julho de 2024 mostra esculturas e pinturas na exposição "Marco Polo na China" na Academia das Artes do Desenho (em italiano: Accademia delle Arti del Disegno) em Florença, Itália. (Foto por Fu Xiao/Xinhua)