Como um avião fabricado pela China reforça as relações China-Indonésia-Xinhua

Como um avião fabricado pela China reforça as relações China-Indonésia

2024-05-04 11:37:17丨portuguese.xinhuanet.com

* O sucesso do ARJ21 marca uma conquista significativa no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota no relacionamento crescente entre China e Indonésia.

* A aeronave pode servir não só como ferramenta de transporte, mas como ponte para reforçar a cooperação entre os dois países.

Por Yu Shuaishuai, Ye Pingfan e Jia Yuankun

Jacarta/Shanghai, 2 mai (Xinhua) -- Desde que o ARJ21, produzido pela China, fez sua estreia em voos comerciais no exterior com a companhia aérea indonésia TransNusa, há um ano, o jato regional mostrou melhor desempenho no mercado do Sudeste Asiático.

No ano passado, a TransNusa adquiriu dois ARJ21 da Commercial Aircraft Corporation of China, Ltd. (COMAC) e os operou em seis rotas. Os aviões acumularam 3.560 horas de voo seguras e transportaram quase 120 mil passageiros.

O sucesso do ARJ21 marca uma conquista significativa no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR) no relacionamento crescente entre China e Indonésia.

Pessoas posam para foto de grupo com o primeiro jato ARJ21 da companhia aérea indonésia TransNusa em Bali, Indonésia, no dia 18 de abril de 2023. (Commercial Aircraft Corporation of China/Divulgação via Xinhua)

ADAPTAÇÕES DO MERCADO LOCAL

Na Indonésia, os aeroportos têm frequentemente instalações limitadas e pistas curtas e estreitas, mas o ARJ21 se adapta bem a essas condições.

O vice-presidente da TransNusa, Leo Budiman, chamou o jato de “sucesso notável” e um avanço para o ARJ21 quando completou um voo fretado de Jacarta para Morowali, onde a pista do aeroporto era estreita e curta.

Wu Guofang, vice-presidente da COMAC Shanghai Aircraft Customer Service Co., Ltd., disse à Xinhua que o ARJ21 foi projetado para se adaptar a altas temperaturas e alta umidade, bem adequado ao clima da Indonésia e de outros países do Sudeste Asiático.

Foto tirada no dia 17 de dezembro de 2022 mostra primeiro jato ARJ21 da companhia aérea indonésia TransNusa em Shanghai, no leste da China. (Commercial Aircraft Corporation of China /Divulgação via Xinhua)

Para Yves Liga Pangeran Hakim, um dos pilotos da TransNusa, o ARJ21 é perfeito para o mercado local.

“Ele tem bom potencial e pode voar em pistas estreitas. Essa aeronave oferece soluções para o mercado indonésio de aviação. É um grande sucesso”, disse Hakim, que já voou no ARJ21 várias vezes.

O ARJ21 também foi implantado para voos internacionais, já que a TransNusa operou a aeronave na rota Jacarta-Kuala Lumpur em 2023.

Budiman disse que o ARJ21 recebeu “uma recepção notável” na Malásia, já que o jato adquiriu licenças para operar em seis aeroportos em todo o país.

“Mostraremos ao mundo que o ARJ21 é realmente adequado para o mercado local”, disse Budiman.

Vice-presidente da companhia aérea indonésia TransNusa, Leo Budiman, dá entrevista à Xinhua em Jacarta, Indonésia, no dia 17 de abril de 2024. (Xinhua/Sun Lei)

POTENCIAL PARA UMA REGIÃO MAIS AMPLA

Após seu sucesso na Indonésia, a COMAC procurou expandir sua presença comercial para mais países do Sudeste Asiático.

No Singapore Airshow 2024 em fevereiro, o ARJ21 e o C919, outro jato fabricado pela COMAC, chamaram a atenção. Durante o evento, a empresa recebeu encomendas de 40 jatos C919 e 16 jatos ARJ21.

Após o show aéreo, os dois jatos lançaram voos de demonstração em cinco países do Sudeste Asiático. Visando a cooperação com companhias aéreas locais nesses países, a COMAC está começando a estabelecer sua rede no mercado externo.

“A aeronave mostrou plenamente sua excelente estabilidade e adaptabilidade, recebendo respostas muito positivas da autoridade de aviação civil da Indonésia, das companhias aéreas indonésias e do mercado do Sudeste Asiático”, disse Wu.

Acreditando que o ARJ21 tem maior potencial de mercado na região, Budiman disse que o avião regional melhorará a conectividade entre as ilhas, o que é muito importante para a Indonésia e para toda a região.

“Vemos que a COMAC está fazendo melhorias a cada dia”, disse Budiman, acrescentando que a perspectiva é “muito promissora”.

De acordo com Wu, a COMAC estabeleceu um escritório de atendimento ao cliente em Jacarta, oferecendo treinamento de pessoal mais eficiente e localizado, peças de aeronaves e serviços de manutenção para clientes regionais.

Wu disse que a aeronave pode não só servir como ferramenta de transporte, mas também como ponte para melhorar a cooperação entre os dois países, acrescentando que mais oportunidades para uma maior cooperação podem ser exploradas.

Jatos comerciais fabricados na China ARJ21 (direita) e C919 em Jacarta, Indonésia, no dia 10 de março de 2024. (Xinhua/Sun Lei)

BENEFÍCIOS À ECONOMIA LOCAL

Ao longo da última década, a Indonésia e a China estabeleceram uma cooperação produtiva em vários domínios.

A relação bilateral China-Indonésia nunca foi tão forte. A China é o maior parceiro comercial da Indonésia e um dos seus maiores investidores estrangeiros.

Em abril, a ferrovia de alta velocidade Jacarta-Bandung, o principal projeto construído conjuntamente pela China e pela Indonésia no âmbito da ICR, marcou seis meses de operação, em que foram transportados cerca de 2,56 milhões de passageiros.

Com uma velocidade projetada de 350 quilômetros por hora, a ferrovia de alta velocidade de 142,3 quilômetros reduziu a viagem entre Jacarta e Bandung, na província de Java Ocidental, de mais de três horas para cerca de 40 minutos.

Veronika Saraswati, especialista em China e pesquisadora do principal think tank da Indonésia, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse que os projetos de infraestruturas realizados por empresas indonésias e chinesas no âmbito da ICR transformarão as indústrias tradicionais da Indonésia e aumentarão as receitas fiscais nacionais e locais.

Teguh Dartanto, reitor da Escola de Economia da Universidade da Indonésia, quer ver uma relação mais forte entre a China e a Indonésia.

“Precisamos levar a relação a um próximo nível, onde não nos concentremos só na produção, nos negócios e no comércio, mas também na colaboração entre pessoas, na pesquisa e desenvolvimento e talvez na transferência de tecnologia e conhecimento”.

(Tao Fangwei, correspondente da Xinhua em Jacarta, também contribuiu para a matéria. Repórteres de vídeo: Di Chun, Jia Yuankun e Yu Shuai Shuai; Edição de vídeo: Zheng Kaijun e Qiu Qingyi)

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