Rio de Janeiro, 26 abr (Xinhua) -- O Brasil inaugurou nesta sexta-feira uma fábrica para produzir insulina, que permitirá abastecer a demanda nacional do produto, ajudando no combate à diabetes, doença a qual o país tem uma das maiores incidências no mundo, com 15,7 milhões de pacientes adultos, segundo dados oficiais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da inauguração da nova fábrica, na cidade de Nova Lima (estado de Minas Gerais), que terá capacidade para abastecer a demanda nacional de insulina, com uma produção de 20 milhões de unidades de refis de insulina glargina (de ação prolongada) por ano e, na sequência, canetas de insulina.

Durante seu discurso, Lula destacou a importância da fábrica para o acesso da população ao insumo e, emocionado, comentou a experiência de sua bisneta Analua, de 7 anos, que tem diabetes mellitus tipo 1.

"Ela vive com um aparelho no ombro, [conectado] com celular, cada coisa que ela come, ela tem que controlar. E o que é fantástico é que ela pede para mãe e para o pai aplicarem a insulina nela, ela já não tem mais medo, já faz parte da vida dela", contou.

O Brasil é um dos países com maior incidência de diabetes no mundo, com 15,7 milhões de pacientes adultos, segundo dados do Atlas da Federação Internacional de Diabetes, divulgados pelo governo.

Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante mais de 20 anos, o Brasil não possuia produção nacional de insulina e dependia unicamente de produtos importados. "Para ter uma política de ciência e tecnologia em saúde que forneça produtos à população, temos que ter uma política industrial", destacou.

A fábrica, que custou 800 milhões de reais (US$ 160 milhões) é de propriedade da farmacêutica Biomm, considerada pioneira no setor dos biomedicamentos no Brasil e que faz parte da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), lançada pelo governo em setembro de 2023.

Para 2026, a previsão é de 42 trilhões de reais em investimentos públicos e privados neste setor industrial para reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros.