Um ano após a reconciliação entre a Arábia Saudita e o Irã, a dedicação da China à paz ainda ressoa no Oriente Médio-Xinhua

Um ano após a reconciliação entre a Arábia Saudita e o Irã, a dedicação da China à paz ainda ressoa no Oriente Médio

2024-03-12 11:37:29丨portuguese.xinhuanet.com

O presidente iraniano Ebrahim Raisi participa da cúpula conjunta extraordinária islâmico-árabe em Riad, Arábia Saudita, em 11 de novembro de 2023. (SPA/Divulgação via Xinhua)

No ano passado, o relacionamento saudita-iraniano resistiu à turbulência regional e rendeu dividendos concretos de paz para seus povos e para a região.

Cairo, 10 mar (Xinhua) -- O domingo marca o aniversário de um ano da reconciliação entre a Arábia Saudita e o Irã por meio da mediação da China.

No último ano, a relação entre a Arábia Saudita e o Irã resistiu à turbulência regional e gerou dividendos concretos de paz para seu povo e para a região.

A reconciliação histórica não apenas resume a dedicação da China à paz regional, mas também estabelece um novo paradigma para a resolução de conflitos por meio do diálogo e da negociação.

Atualmente, a defesa da paz pela China ainda repercute nos países do Oriente Médio.

Como o prolongado conflito entre Israel e Hamas paira sobre a estabilidade do Oriente Médio, os países da região anseiam por mais esforços de pacificação para ajudar a restaurar a tranquilidade.

 

"UMA NOVA FÓRMULA PARA A SEGURANÇA E A PAZ"

O conflito entre a Arábia Saudita e o Irã foi uma das principais fontes de tensão no Oriente Médio.

Os dois países estavam em desacordo sobre uma infinidade de questões, envolvendo-se em conflitos militares por procuração ao apoiar forças opostas em países como Iêmen e Síria.

Em 2016, a Arábia Saudita cortou relações diplomáticas com o Irã em resposta aos ataques às missões diplomáticas sauditas no Irã depois que o Reino executou um clérigo xiita.

Para ajudar os dois países a alcançar a distensão, a China assumiu o papel de mediadora, aproveitando suas relações amigáveis com eles para facilitar a comunicação e o diálogo entre as partes em conflito.

Em 10 de março de 2023, em uma declaração conjunta divulgada com a China em Pequim, a Arábia Saudita e o Irã anunciaram que haviam chegado a um acordo para reabrir suas embaixadas e missões diplomáticas dentro de dois meses, estabelecendo um marco no descongelamento de suas relações.

A facilitação da reconciliação entre a Arábia Saudita e o Irã pela China atuou como um catalisador para um novo amanhecer de distensão entre as nações do Oriente Médio.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Alireza Bigdeli (frente), e o vice-ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita para Assuntos Consulares, Ali Al-Yousef (c), participam de um corte de fita na cerimônia de abertura da embaixada iraniana em Riad, Arábia Saudita, em 6 de junho de 2023. (Xinhua/Wang Haizhou)

Pouco tempo depois, uma série de avanços positivos ocorreu no processo de paz no Oriente Médio: A Síria retornou à Liga Árabe após um hiato de 12 anos; o Catar e o Bahrein decidiram restaurar os laços diplomáticos; as relações entre Irã, Turquia e Egito melhoraram; e as tensões diminuíram no Iêmen.

"É uma vitória do diálogo e da paz", disse Wang Yi, diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China, ao avaliar a reconciliação histórica.

"O acordo mediado pela China para restaurar as relações entre o Irã e a Arábia Saudita apresenta ao Oriente Médio uma nova fórmula para buscar segurança e estabilidade", disse Noha Bakir, professor de ciência política da Universidade Americana no Cairo.

 

"HÁ MUITO MAIS PROFUNDIDADE" NA DISTENSÃO

No último ano, com base na conciliação, a Arábia Saudita e o Irã têm feito avanços nos intercâmbios em vários domínios, incluindo política e economia.

Em 6 de abril de 2023, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, e seu colega iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, assinaram uma declaração conjunta em Beijing, anunciando a retomada imediata das relações diplomáticas.

Poucos dias após a retomada dos laços, Farzad Piltan, diretor da Ásia Ocidental na Organização de Promoção Comercial do Irã, anunciou que, no curto prazo, a restauração dos laços políticos e diplomáticos permitiria que os dois países alcançassem US$ 1 bilhão em comércio, com potencial de expansão para US$ 2 bilhões no médio prazo.

Em setembro de 2023, o novo embaixador iraniano na Arábia Saudita, Alireza Enayati, chegou a Riad. No mesmo dia, o novo enviado do Reino ao Irã, Abdullah bin Saud al-Anzi, iniciou suas funções diplomáticas em Teerã.

Em outubro, o presidente iraniano Ebrahim Raisi realizou sua primeira ligação telefônica com o príncipe herdeiro saudita e primeiro-ministro Mohammed bin Salman Al Saud, alinhando suas posições sobre o recém-iniciado conflito entre Israel e Hamas.

Um mês depois, a convite da Arábia Saudita, Raisi chegou a Riad para participar de uma cúpula conjunta árabe-islâmica sobre a questão palestina e teve uma reunião com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.

As interações estreitas entre a Arábia Saudita e o Irã no último ano indicam que "há muito mais profundidade" na distensão "do que alguns analistas poderiam esperar há um ano", opinou Giorgio Cafiero, CEO da Gulf State Analytics, uma consultoria de risco geopolítico com sede em Washington, D.C., em um artigo recente.

O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud (d), e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, participam de uma coletiva de imprensa conjunta em Riad, Arábia Saudita, em 17 de agosto de 2023. (Xinhua/Wang Haizhou)

Com seu relacionamento crescente, os dois países estão enviando uma mensagem clara para o mundo exterior: A paz resiliente só pode ser alcançada por meio de uma reconciliação ancorada em um diálogo sincero.

 

A DEDICAÇÃO DA CHINA À PAZ AINDA RESSOA

Atualmente, as consequências do conflito entre Israel e Hamas e a obstrução dos esforços de cessar-fogo por parte de alguns países representam uma grave ameaça aos esforços de paz de longa data no Oriente Médio.

Em um cenário como esse, a defesa da China para a resolução de conflitos por meio do diálogo e da diplomacia tem uma importância ainda maior para fomentar a paz na terra ainda devastada pela guerra.

"Após a contribuição de Beijing para a reconciliação entre Teerã e Riad, houve uma percepção na região de que a China busca (...) criar uma situação regional em que a cooperação possa superar e substituir o confronto", disse Abas Aslani, especialista em política externa do Irã, baseado em Teerã.

A dedicação da China à reconciliação entre a Arábia Saudita e o Irã e seu sucesso contrastam fortemente com a intervenção ocidental nos assuntos do Oriente Médio, que produziu pouco progresso no avanço do processo de paz, disse Bakir, o professor do Cairo.

"O mundo árabe está farto das 'relações condicionais' do Ocidente... Nesse contexto, é sensato que os países árabes que confiam na China como um parceiro sincero adotem a diplomacia chinesa (...) como um modelo atraente", acrescentou.

A abordagem da China para alcançar a segurança está em sintonia com as aspirações de desenvolvimento pacífico das nações do Oriente Médio, disse Abdulaziz Alshaabani, pesquisador saudita do Centro Al Riyadh de Estudos Políticos e Estratégicos, acrescentando que a reconciliação entre a Arábia Saudita e o Irã solidificou o conceito de paz e desenvolvimento como um consenso compartilhado em toda a região.

"A resolução do conflito entre a Arábia Saudita e o Irã é uma prova da eficácia dos esforços diplomáticos da China na promoção da paz regional", disse Hamed Vafaei, sinologista da Universidade de Teerã. "Um Oriente Médio e um mundo mais pacífico em geral requerem a participação de mais contribuintes para a paz, como a China."

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