Rio de Janeiro, 19 jan (Xinhua) -- A Justiça Eleitoral brasileira aceitou nesta quinta-feira abrir mais uma investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta prática de abuso de poder nas eleições de 2022.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, aceitou a denúncia interposta pelo Partido dos Trabalhadores e demais partidos que formam a coalizão criada para apoiar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual se acusa Bolsonaro de realizar atos de campanha nas dependências do Palácio do Planalto e na residência oficial do Palácio da Alvorada no segundo turno das eleições.

De acordo com a coligação, ao utilizar os palácios como "palco de encontro" com governadores, deputados e celebridades, Bolsonaro desvirtuou a finalidade dos bens públicos com o objetivo de alavancar sua candidatura.

Ao analisar o pedido, Gonçalves considerou que existem provas suficientes para autorizar a abertura do processo que, em caso de condenação, pode levar Bolsonaro a se tornar inelegível.

"Extrai-se do material analisado que espaços tradicionalmente usados para a realização de coletivas pelo Presidente da República, no desempenho de sua função de Chefe de Estado, serviram de palco para a realização de atos ostensivos de campanha, nos quais se buscou projetar uma imagem de força política da candidatura de Jair Bolsonaro", disse Gonçalves.

Bolsonaro tem pelo menos 16 ações pendentes no Tribunal Superior Eleitoral por irregularidades e abusos de poder.