*Entre 2000 e 2020, a China ajudou os países africanos a construir mais de 13.000 km de ferrovias, quase 100.000 km de rodovias, cerca de 1.000 pontes, quase 100 portos e mais de 80 usinas de grande escala.
*Desde a criação do FOCAC em 2000, as relações China-África continuaram a crescer, particularmente nas áreas econômica, industrial, agrícola e diplomática.
*A China é o maior parceiro comercial da África há 13 anos consecutivos até o final de 2021. A China prometeu conceder tratamento de tarifa zero para 98% dos itens tributáveis originários dos países menos desenvolvidos.
Nairóbi, 13 dez (Xinhua) -- Tendo visto o povo africano se beneficiar da cooperação de décadas com a China, que introduziu uma infraestrutura mais nova, mais oportunidades de emprego e maior impulso para o desenvolvimento sustentável do continente, o ministro das Relações Exteriores do Mali, Abdoulaye Diop, disse à Xinhua que considera a parceria "uma cooperação amigável entre irmãos".
De fato, uma série de projetos de cooperação e mecanismos produtivos para um diálogo igualitário tornaram-se uma prova clara da cooperação China-África realizada de acordo com os princípios de sinceridade, resultados reais, afinidade e boa fé, e com compromisso para o bem de todos e interesses compartilhados.
Foto tirada em 8 de maio de 2022 mostra uma seção da via expressa de Nairóbi construída pela China Road and Bridge Corporation em Nairóbi, Quênia. (Xinhua/Dong Jianghui)
MELHOR INFRAESTRUTURA
"Hoje, os resultados da cooperação China-África estão em todo o continente africano. As estradas, ferrovias, aeroportos, portos, arranha-céus, estádios e outras estruturas que a China ajudou a construir podem ser vistos em todos os lugares", disse o embaixador chinês na Libéria Ren Yisheng em um artigo recente publicado na mídia liberiana.
Entre 2000 e 2020, a China ajudou os países africanos a construir mais de 13.000 km de ferrovias, quase 100.000 km de rodovias, cerca de 1.000 pontes, quase 100 portos e mais de 80 usinas de energia de grande escala.
A China também ajudou na construção de mais de 130 instalações médicas, 45 complexos esportivos e mais de 170 escolas, treinou mais de 160.000 profissionais em várias áreas e criou mais de 4,5 milhões de empregos para África, disse o embaixador.
Uma vez que o défice de infra-estruturas existente atua como um entrave ao crescimento económico de África, a cooperação na melhoria das infra-estruturas é de particular relevância para o continente. O Banco Africano de Desenvolvimento considerou que a melhoria das infra-estruturas facilitará o comércio doméstico e internacional da África, reduzirá os custos das empresas e aumentará a competitividade tanto como exportador quanto como destino de investimento.
Nesse sentido, a China tem desempenhado um papel significativo. "Em 2020, por exemplo, as empresas chinesas foram responsáveis por 31% de todos os projetos de infraestrutura na África no valor de US$ 50 milhões ou mais", disse a consultoria Deloitte em relatório.
Foto tirada em 20 de setembro de 2022 mostra o porto multifuncional de Doraleh, construído pela China State Construction Engineering Corporation (CSCEC), na cidade dO Djibuti, capital do Djibuti. (Xinhua/Dong Jianghui)
O investimento em infraestrutura africana é “um bem público global no contexto da importância mundial da evolução demográfica da África e sua necessária transformação produtiva”, disse a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico em um relatório.
A China tem fornecido bens públicos por meio de sua cooperação com a África, apesar das interrupções da COVID-19. Após o início da pandemia, os funcionários chineses e locais lutaram para superar as dificuldades para manter mais de 1.100 projetos de cooperação funcionando de forma consistente, e a taxa de implementação dos resultados da Cúpula de Beijing do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) ultrapassou 70%, disse Ren.
Descrevendo as realizações de infra-estrutura da África como uma ilustração da parceria ganha-ganha com a China, Diop, o ministro do Mali, disse, "desde a criação do FOCAC em 2000, as relações China-África continuaram a crescer, particularmente nos setores econômico, industrial, agrícola e diplomático".
Durante a 8ª Conferência Ministerial do FOCAC realizada no Senegal em novembro de 2021, a China prometeu lançar nove programas em conjunto com países africanos e melhorar a cooperação China-África em vários campos, incluindo assistência médica e saúde, melhoria dos meios de subsistência das pessoas, desenvolvimento verde, economia digital e capacitação.
Na Declaração de Dacar emitida durante a conferência, a China saúda e incentiva os países africanos a aderirem à cooperação do Cinturão e Rota.
Nos últimos anos, a Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China ajudou a melhorar a conectividade de infraestrutura em todo o continente e a impulsionar o comércio intra-africano a longo prazo. Tornou-se ainda mais atraente para os africanos, já que a China alinhou a iniciativa com a Agenda 2063, projeto econômico proposto pela União Africana.
No Quênia, por exemplo, a ferrovia de bitola padrão Mombasa-Nairóbi, com 480 km de extensão, financiada e construída pela China, facilitou muito o movimento de mercadorias e passageiros. Como um dos principais projetos da Iniciativa do Cinturão e Rota, é a primeira ferrovia moderna construída no Quênia no século passado, também o maior projeto de infraestrutura do país desde sua independência em 1963.
OPORTUNIDADES DE EMPREGO
A cooperação China-África em comércio e investimento ajudou a criar um mercado de trabalho em expansão na África.
Desde 2017, as importações chinesas de serviços da África vêm crescendo a uma taxa média anual de 20%, criando cerca de 400.000 empregos para o continente a cada ano, disse um livro branco intitulado "China e África na Nova Era: uma parceria de igualdade" lançado pela China em novembro de 2021.
As empresas privadas chinesas tornaram-se a principal força de investimento na África. Com mais de 80% de seus funcionários sendo locais, elas criaram milhões de empregos. Até o final de 2020, a China estabeleceu mais de 3.500 empresas em toda a África.
Um aluno mostra um simulador de operação de trem no Djibouti Luban Workshop na Escola Industrial e Comercial do Djibouti na cidade do Djibouti, capital do Djibuti, em 19 de setembro de 2022. (Xinhua/Dong Jianghui)
O aumento do investimento e a modernização da infraestrutura impulsionam o crescimento de vários setores, gerando naturalmente mais empregos. Por exemplo, quando se trata de uma estrada de asfalto, com 56,5 km de extensão, recentemente concluída pela China Communications Construction Company na região de Oromia, na Etiópia, o governo local disse acreditar que não apenas facilitará o transporte de produtos agrícolas, mas, mais importante, liberará o potencial do turismo, um catalisador para o crescimento do emprego e prosperidade econômica.
Não por acaso, a Ferrovia de Benguela, com 1.344 km de extensão, construída pela China Railway 20 Bureau Group Corporation em Angola, produziu resultados em que todos saem ganhando. As empresas chinesas forneceram tecnologia, experiência e padrões para a África, enquanto os trabalhadores locais adquiriram empregos, formação profissional e rendimentos mais elevados, disse Zhu Qihui, presidente do conselho de administração da subsidiária do grupo chinês em Angola.
A ferrovia Mombasa-Nairóbi, mencionada acima, também criou 46.000 empregos diretos e indiretos para as comunidades locais.
Um motorista paga uma taxa em um posto de pedágio na Via Expressa de Nairóbi, financiada e construída pela China Road and Bridge Corporation, em Nairobi, Quênia, em 14 de maio de 2022. (Xinhua/Long Lei)
CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL
Além das conquistas impressionantes alcançadas por meio de sua cooperação nas últimas décadas, a China continua a desempenhar um papel fundamental na aceleração do desenvolvimento da África e no apoio ao desenvolvimento sustentável do continente.
A China tem sido o maior parceiro comercial da África por 13 anos consecutivos até o final de 2021. A China prometeu conceder tratamento de tarifa zero em 98% dos itens tributáveis originários dos países menos desenvolvidos, incluindo Togo, Djibuti e Ruanda, e tornou-se o segundo maior destino de exportação agrícola da África.
"A maior característica da cooperação China-África é o benefício mútuo e o desenvolvimento comum", disse Ren, o embaixador chinês, acrescentando que a China dá as boas-vindas à África para pegar o trem expresso do desenvolvimento da China e compartilhar seus benefícios.
Nestes tempos turbulentos e de mudança, os observadores ainda estão otimistas de que a florescente cooperação China-África resistirá ao teste do tempo e trará mais benefícios mútuos para ambos os lados por meio da sinergia entre seus planos de desenvolvimento.
"Quanto às soluções da China para questões globais, estou mais impressionado com a Iniciativa de Desenvolvimento Global (GDI, em inglês) e a Iniciativa de Segurança Global (GSI, em inglês). Elas estão alinhadas com os atuais apelos internacionais e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e também significativo para o continente africano", disse David Monyae, diretor do Centro de Estudos África-China da Universidade de Joanesburgo.