Alemanha luta para alcançar a independência energética de longo prazo-Xinhua

Alemanha luta para alcançar a independência energética de longo prazo

2022-11-25 21:42:00丨portuguese.xinhuanet.com

Foto tirada em 18 de março de 2022 mostra veículos trafegando em uma estrada em Frankfurt, Alemanha. (Foto de Armando Babani/Xinhua)

No longo prazo, no entanto, a Alemanha terá que concluir várias novas parcerias energéticas e alcançar a independência energética investindo em energias renováveis.

Por Moritz Rommerskirchen

Berlim, 23 nov (Xinhua) -- Embora o nível de armazenamento de gás da Alemanha tenha atingido 100% na semana passada, a maior economia da Europa ainda está lutando para alcançar a independência energética de longo prazo após décadas de forte dependência de importações.

O ministro alemão de Assuntos Econômicos e Ação Climática, Robert Habeck, chamou isso de "erro" das administrações anteriores e agora o país enfrenta o desafio imediato de fornecer combustível suficiente para evitar apagões durante o inverno.

No longo prazo, no entanto, a Alemanha terá que concluir várias novas parcerias energéticas e alcançar a independência energética investindo em energias renováveis.

ATINGIDA PELA CRISE DE ENERGIA

Como uma grande importadora líquida de energia com 70% proveniente das importações de combustíveis fósseis e urânio, a Alemanha foi particularmente atingida pela crise energética na Europa. No início de 2022, a Rússia ainda fornecia à Alemanha mais da metade de seus suprimentos de carvão e gás natural, juntamente com 34% dos suprimentos de petróleo.

Foto aérea divulgada pelo Ministério da Defesa dinamarquês em 27 de setembro de 2022 mostra o local do vazamento do gasoduto Nord Stream. (Ministério da Defesa da Dinamarca/Divulgação via Xinhua)

Depois que o fornecimento de gás da Rússia para a Europa através do importante gasoduto Nord Stream 1 já havia sido cortado no início de setembro, os dutos Nord Stream 1 e 2 foram danificados e inoperantes por uma série de explosões que causaram vazamentos de gás subaquático no final de setembro de 2022.

Devido à "maior incerteza em meio à situação atual", a maior fornecedora de energia da Alemanha, a E.ON, reduziu ainda mais o valor de sua participação no Nord Stream 1. A participação de 15,5% da empresa foi diminuída para apenas 100 milhões de euros (103 milhões de dólares americanos), face a 0,5 mil milhões de euros no final de junho.

Tendo declarado 'Nível 2: nível de alerta' do plano de emergência de gás, o Bundesnetzagentur (BNetzA), o orgão regulador alemão responsável por eletricidade e gás, tem estado ocupado protegendo o fornecimento de gás antes do inverno e os armazenamentos agora estão cheios.

Como parte das medidas de economia de energia, as temperaturas mínimas foram reduzidas, os monumentos não são mais iluminados e um milhão de piscinas privativas e banheiras de hidromassagem do país terão que permanecer sem aquecimento durante o inverno. A BNetzA enfatizou a necessidade de reduzir o consumo em pelo menos 20%.

Foto mostra pilha de lenha ao lado de uma casa em Berlim, capital da Alemanha, em 1º de novembro de 2022. Em resposta ao aumento dos preços da energia, alguns moradores de Berlim começaram a armazenar lenha para o inverno que se aproxima. (Xinhua/Ren Pengfei)

INEVITÁVEL INVERSÃO DA POLÍTICA

Antes que essa arrogância energética entrasse em jogo, a Alemanha tinha o objetivo declarado de eliminar gradualmente as usinas movidas a carvão até 2030 e desmantelar todas as usinas nucleares até o final de 2022. Porém,o governo tem que fazer uma inversão completa em relação às usinas nucleares e usinas movidas a carvão para proteger seus suprimentos de energia e resolver um déficit imediato.

Após disputas internas dentro da coalizão governamental, o chanceler Olaf Scholz interveio e permitiu que todas as três usinas nucleares alemãs continuassem gerando eletricidade durante o inverno até 15 de abril de 2023.

Embora tenha havido sucessos de curto prazo no armazenamento de gás, a Alemanha está procurando outro lugar para reforçar o fornecimento de gás para acabar com sua dependência energética. Para diversificar as importações, Habeck rapidamente iniciou discussões sobre o fornecimento de gás com a Noruega, Canadá e Estados Unidos.

A Alemanha também sinalizou seu interesse em discutir um pacto de gás natural com o Reino Unido com vista a incluir uma cláusula de resgate mútuo em caso de escassez durante uma onda de frio extremo. O longo litoral do Reino Unido é uma "vantagem geográfica quando se trata de infraestrutura para a importação de gás natural liquefeito (GNL)", disse recentemente o chefe da BNetzA, Klaus Mueller, ao The Guardian.

Turbinas eólicas em Brandemburgo, Alemanha, em 15 de setembro de 2022. (Xinhua/Ren Pengfei)

INDEPENDÊNCIA ATRAVÉS DE RENOVÁVEIS

A extensão da vida útil das usinas movidas a carvão e nucleares pode ser considerada um revés para os planos ambientais da Alemanha. Habeck, no entanto, agora considera uma expansão acelerada da capacidade de energia renovável como uma ferramenta vital para alcançar a independência energética, bem como a proteção do clima.

À medida que a participação das energias renováveis ​​aumenta, a Alemanha reduzirá sua necessidade de importações de energia. O governo pretende cobrir todas as necessidades de eletricidade do país com fontes renováveis ​​até 2035, cinco anos antes da meta original. Já em 2030, a parcela de energia eólica e solar deve dobrar dos níveis atuais para 80%.

Todos esses planos, no entanto, são de pouca ajuda hoje.

Embora as instalações de armazenamento de gás estejam agora cheias e a Alemanha tenha acordos de segurança de abastecimento em toda a União Européia (UE), uma onda de frio extremo testaria a determinação do público em reduzir o consumo de energia. Os apagões podem ser evitados, mas a situação do abastecimento continua "extremamente tensa", disse a Amprion, operadora da rede de transmissão de energia alemã.

Com a destruição de trechos dos gasodutos Nord Stream, fica claro que o país não terá a opção de voltar à sua antiga estrutura energética. Até que as energias renováveis estejam prontas, a diversificação do fornecimento de energia se tornará uma questão cada vez mais premente. (1 euro = 1,03 dólares americanos)

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com