Brasília, 21 set (Xinhua) -- A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Rosa Weber, defendeu nesta quarta-feira o sistema de urnas eletrônicas usado nas eleições brasileiras durante sua participação no Fórum de Justiça do BRICS, grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em sua quarta edição, o Fórum de Justiça do BRICS foi organizado este ano pelo Supremo Tribunal Popular da China, na cidade de Haikou, capital da Província de Hainan.
Em seu discurso perante o Fórum, realizado de forma virtual, Weber recordou que a informatização do voto foi adotada com êxito no Brasil desde 1996 e, faltando 10 dias para o primeiro turno da eleição deste ano, ela destacou que o sistema brasileiro proporciona confiança e rapidez para a população que conhece os resultados no mesmo dia.
Segundo a presidente do STF, antes dessa inovação, o sistema eleitoral possibilitava muitas fraudes, mas com o uso das urnas eletrônicas, esses episódios não voltaram a se repetir.
"(O sistema de urnas eletrônicas) apresenta um melhor rendimento em comparação com qualquer outro método e cuja credibilidade e legitimidade ficam patentes pela inexistência de demonstração efetiva de falhas no sistema ao longo dos quase 30 anos de sua aplicação", ressaltou.
A presidente do STF citou as últimas eleições gerais de 2018 como exemplo de agilidade, com quase 116 milhões de votos de todo o país computados e publicados em poucas horas.
Nas eleições de 2018, vencidas por Jair Bolsonaro, Rosa Weber ocupava a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a máxima autoridade do pleito.
Diante dos representantes dos demais países do BRICS, Weber afirmou ainda que a justiça brasileira tem "números superlativos em matéria de litígios", e que o alto nível de exigência requer soluções tecnológicas e meios alternativos de resolução de conflitos.
"Espero com entusiasmo o intercâmbio das valiosas experiências que os demais membros do BRICS compartilharão, levando em conta os problemas cada vez mais complexos que a sociedade contemporânea apresenta e que requerem soluções engenhosas e criativas por parte das instituições judiciais", afirmou.
Depois de sua participação no evento, Rosa Weber apresentou as conclusões do Fórum de Justiça do BRICS a seus pares no plenário do Supremo Tribunal Federal.