O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian (direita), cumprimenta o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, durante sua reunião em Teerã, Irã, no dia 25 de junho de 2022. (Ministério das Relações Exteriores do Irã/Divulgação via Xinhua)

Viena, 8 ago (Xinhua) -- A União Europeia apresentou na segunda-feira um texto final do projeto de decisão sobre a retomada do acordo nuclear com o Irã de 2015, enquanto aguarda as decisões políticas dos participantes das negociações de Viena.

O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, tuitou na segunda-feira "o que tinha para ser negociado, foi e agora está em um texto final".

"No entanto, por trás de cada questão técnica e de cada parágrafo está uma decisão política que precisa ser tomada nas capitais. Se essas respostas forem positivas, podemos assinar esse acordo", acrescentou ele.

Mikhail Ulyanov, representante-permanente da Rússia em organizações internacionais em Viena e negociador-chefe das negociações nucleares do Irã, disse no Twitter que "os participantes das negociações de Viena agora precisam decidir se o projeto do acordo nuclear é aceitável para eles. Se sim, será restaurado".

Wang Qun, representante-permanente da China na Organização das Nações Unidas em Viena e principal negociador, pediu na segunda-feira que os Estados Unidos tomem decisões políticas imediatas para ajudar a promover um acordo antecipado nas negociações nucleares com o Irã.

As negociações de Viena sobre a retomada do acordo nuclear com o Irã, formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foram retomadas na capital austríaca na semana passada após uma pausa de cinco meses.

Foto tirada no dia 17 de dezembro de 2021 mostra uma reunião da Comissão Conjunta do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) em Viena, Áustria. (Delegação da UE em Viena/Divulgação via Xinhua)

Uma questão importante pendente durante esta rodada de negociações são as dúvidas sobre proteção nuclear do Irã. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), juntamente com os Estados Unidos e a Europa, insistiu que o Irã não forneceu explicações confiáveis ​​para os vestígios de urânio encontrados em seus locais não declarados. No entanto, o Irã afirmou repetidamente que os relatórios da AIEA são "políticos" e este caso deve ser encerrado com a retomada do JCPOA.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, disse no domingo que a AIEA deve resolver completamente as questões de proteções que faltam "por meio de canais técnicos".

O Irã assinou o acordo nuclear com as potências mundiais em julho de 2015, concordando em conter seu programa nuclear em troca da remoção das sanções lideradas pelos EUA. No entanto, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retirou Washington do acordo e reimpôs sanções unilaterais a Teerã, levando este último a abandonar alguns de seus compromissos sob o pacto.

A maratona de negociações para retomada do JCPOA começou em abril de 2021 em Viena, mas foi suspensa em março deste ano devido a diferenças políticas entre Teerã e Washington.

Foto tirada no dia 11 de março de 2022 mostra uma vista externa do hotel Palais Coburg, local das negociações nucleares do Irã, em Viena, Áustria. (Xinhua/Guo Chen)