Partidos da América Latina têm muito a aprender com o modelo chinês, destacam políticos brasileiros

2021-06-11 19:32:15丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 10 jun (Xinhua) -- Os partidos políticos da América Latina têm muito a aprender com o modelo chinês de governabilidade e erradicação das desigualdades sociais, segundo presidentes de algumas das principais agremiações políticas do Brasil.

Em um seminário sobre o papel dos partidos políticos na modernização da governabilidade e da gestão pública, com a participação de políticos brasileiros e chineses, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, afirmou: "na América Latina, os partidos, temos muito que aprender e trocar informações com a China pela forma como construiu o socialismo".

Hoffman, deputada federal e ministra-chefe da Casa Civil entre 2011 e 2014, no governo de Dilma Rousseff, destacou: "o PT sempre foi um partido amigo do Partido Comunista da China (PCC) e do povo chinês temos uma longa relação de amizade e cooperação, várias vezes discutimos juntos os desafios do ponto de vista partidário".

"Queremos estreitar os laços do PT com o PCC, a quem felicito pelos 100 anos de vida que está por completar, transformando a China e influenciando todo o mundo. O PCC, com a implantação do socialismo com características chinesas, tem muito a colaborar com a interação de nossos partidos para construir um modelo de sociedade diferente, para o Brasil e para o mundo", comentou.

Para a presidente do PT, "os planos quinquenais do PCC mostram que é possível desenvolver um país que se coloque no mundo com soberania e influência. Quero destacar uma das maiores conquistas da China nesses últimos anos, que foi a de retirar da pobreza 850 milhões de pessoas. Acredito que não há nada igual na história do mundo, um fato tão importante como esse, em tão pouco espaço de tempo".

Por sua vez, o presidente do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, ressaltou a "aliança estratégica em ciência e tecnologia e no agronegócio" entre o Brasil e a China, que levou "ao fortalecimento gigantesco de nossas relações, fundamental para o Brasil e acredito que muito importante para a China".

Kassab, ex-prefeito de São Paulo e ministro de Ciência e Tecnologia no governo Michel Temer (2016-2018), pôs o PSD "à disposição, para que cada vez mais haja vínculo com a política da China para gerar conhecimento e integração em ambos os sentidos - jovens brasileiros com a China e vice-versa. Gostaríamos muito de participar desse processo de consolidação e fortalecimento dessas relações, que são fundamentais e irreversíveis. Vivemos em um mundo globalizado e temos que nos ajudar a preservá-lo", concluiu.

O presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Juliano Medeiros, afirmou que a China é um exemplo para o Brasil no combate às desigualdades e na erradicação da pobreza.

"No PSOL, temos como missão o combate às desigualdades sociais, e consideramos que tanto a China como o estado brasileiro têm uma contribuição decisiva para esse combate, que é a mãe de todas as lutas para um mundo mais justo no século XXI", comentou.

"Estamos absolutamente comprometidos em fazer com que o sistema político brasileiro contribua com a missão de reduzir as desigualdades sociais no Brasil", comentou Medeiros, para quem "a superioridade da racionalidade socialista sobre a anarquia do capital está na capacidade de planejar a longo prazo, e esta, talvez, seja a principal experiência que as vivências socialistas nos trazem ainda hoje, capacidade de planejamento colocando o interesse nacional em primeiro plano".

Segundo ele, "a experiência chinesa nos traz como ensinamento o planejamento a longo prazo e o compromisso de combater às desigualdades".

"No PSOL, consideramos que uma maneira de colaborar para que o Brasil tenha uma forma de desenvolvimento de longo prazo, criando condições para construir parcerias com a China e outros países para combater as desigualdades, é dotar nosso sistema político de mais estabilidade e previsibilidade", destacou.

Por último, Medeiros se pôs "à disposição da China para que possamos encontrar caminhos para que o Brasil e a China possam dar uma contribuição maior para que o mundo seja um lugar de paz, prosperidade e justiça, combatendo o que é o senhor de todos os combates, o combate às desigualdades sociais".

No lado chinês, o ex-vice-ministro do Departamento Internacional do Comitê Central do PCC, Yu Hongjun, ressaltou que "tanto a China como o Brasil são países em desenvolvimento, com economias dinâmicas e de grande potencial de desenvolvimento. Os dois países exercem um papel muito importante na reestruturação da ordem internacional".

"Temos interesses comuns e também seguimos as tendências de nossos tempos, temos que explorar mais esse potencial e ampliar essas cooperações para que possam contribuir para o progresso de nossas economias e para a cooperação sul-sul e inter-regional", afirmou.

Segundo Yu, "para aumentar a qualidade e elevar nossa associação, há que se fortalecer a confiança política mútua. Os dois países seguimos caminhos de desenvolvimento diferentes e temos um passado cultural e histórico muito distinto e, devido a essas diferenças, seguimos políticas e adotamos propostas distintas, conforme nossas realidades, o que pode impactar no aprofundamento de nossas relações, embora desde 1974, quando se restabeleceram as relações diplomáticas, nossa relação bilateral continue crescendo".

Por último, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, destacou a confluência que ambos os países têm "pelo interesse na política internacional e na cooperação real. Somos inseparáveis como parceiros estratégicos para o outro. A parceria estratégica entre a China e o Brasil é fonte de grandes resultados tangíveis para nossos povos em vários sentidos, como no comércio, investimento, cooperações em ciência e tecnologia e, cada vez mais crescente, na área de saúde e vacinas".

"Quanto maiores forem as mudanças conjunturais, maior será a necessidade e a urgência de aprofundar a comunicação e a confiança mútua", enfatizou Yang, para quem a China e o Brasil "têm muito que aprender um com o outro".

"De nossa parte, temos um grande desejo de aprender com o Brasil e suas experiências de partidos e governabilidade. Estamos dispostos a trabalhar com os partidos políticos brasileiros e com toda a sociedade brasileira para criar um ambiente que propicie o avanço das relações bilaterais, o que favorecerá a expansão de nossa parceria", concluiu. Fim

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