Ecologistas australianos insistem em conservar algas costeiras para migração de aves marinhas

Sydney, 7 jun (Xinhua) -- Ecologistas australianos pediram às comunidades costeiras para adotarem as algas, às vezes indesejáveis, pelas aves marinhas migratórias na segunda-feira, um dia antes do Dia Mundial dos Oceanos.

Ecologistas da Universidade da Austrália do Sul (UniSA) disseram que os destroços do mar desempenham um papel vital para muitas aves marinhas migratórias, mas às vezes não são bem-vindas e removidas por razões estéticas.

No estudo publicado pelo Journal of Applied Ecology, os pesquisadores mostraram que, embora as algas marinhas possam parecer feias, elas fornecem abrigo e uma variedade de microclimas, além de alimentos que irão garantir a sobrevivência de muitas espécies de aves costeiras.

Especificamente, o destroço do mar, como um condicionador de ar de ciclo reverso, cria condições mais frias quando o tempo está quente e condições mais quentes quando está frio, ajudando as aves marinhas a regularem a temperatura do corpo. Eles se alimentam, descansam e se empoleiram nos destroços do mar mais velhos e secos, que ficam quentes durante a maior parte do dia.

"Os pássaros costeiros se movem entre os diferentes tipos de destroço, dependendo das condições climáticas prevalecentes. Isso os ajuda a conservar e construir estoques de energia suficientes para a migração e reprodução bem-sucedidas em criadouros no exterior", disse o pesquisador da UniSA, Tim Davis.

No entanto, Davis disse que as pessoas podem ver os destroços do mar moldados na praia como um "desagradável".

"As praias australianas são conhecidas por suas extensões de areia dourada. É um dos principais atrativos para os turistas, então não é surpresa que os destinos à beira-mar tendem a favorecer um litoral livre de algas".

Atualmente, a Austrália não tem diretrizes para a coleta de destroços do mar e, uma vez que eles sejam removidos, o mesmo ocorre com os habitats dessas aves marinhas, o que pode ter um impacto devastador em suas populações, de acordo com Davis.

Os destroços do mar fundidos na praia também foram removidos de muitas delas no mundo inteiro, seja por razões estéticas para aumentar o turismo, para fertilizantes ou para extrair alginato para aplicações na indústria de alimentos e bebidas e nos campos biomédicos e de bioengenharia.

Os pesquisadores disseram que conselhos, residentes e turistas devem ser educados sobre o papel ecológico dos destroços do mar e o impacto significativo que sua remoção das praias pode ter no meio ambiente e na sobrevivência das espécies de pássaros.

Davis disse que o manejo sustentável de todos os aspectos dos ambientes costeiros é essencial para conservar a subsistência das espécies que deles dependem.

"Até que um código de prática seja estabelecido, nossos ecossistemas costeiros permanecerão ameaçados".