Conselho do Ártico adota primeiro plano estratégico para próximos 10 anos

Helsinque, 20 mai (Xinhua) - Os ministros das Relações Exteriores do Conselho Ártico de oito membros adotaram na quinta-feira um primeiro plano estratégico de 10 anos para a região, além da assinatura da Declaração de Reykjavik, para marcar o 25º aniversário do Conselho.

O plano reflete os valores compartilhados e as aspirações conjuntas dos Estados Árticos e dos Participantes Permanentes para promover o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e a boa governança no Ártico, afirmou o Conselho.

A declaração, que foi outro resultado importante da 12ª Reunião Ministerial do Conselho do Ártico na capital islandesa de Reykjavik, restaurou a posição das preocupações com as mudanças climáticas na agenda do Conselho.

A reunião deste ano viu um retorno ao compromisso com o desenvolvimento sustentável e à necessidade de cooperação entre os estados e povos da região, disse o analista finlandês, Markku Siira.

A 11ª Reunião Ministerial do Conselho Ártico, realizada em Rovaniemi, no norte da Finlândia, em 2019, não conseguiu formular uma declaração em comum devido às disparidades sobre a mudança climática entre os Estados Unidos e outros países membros do Conselho Ártico.

A reunião de quinta-feira foi a primeira a ser presencial, sob os auspícios do Conselho do Ártico, uma vez que a pandemia de COVID-19 interrompeu as reuniões no início de 2020.

Dada a situação, a reunião foi realizada em formato reduzido, com chanceleres dos oito Estados árticos e representantes dos Participantes Permanentes Indígenas presenciais em Reykjavik e a maioria dos representantes participando da reunião por meio de uma plataforma on-line.

Também marcou o fim da presidência islandesa de dois anos do Conselho do Ártico e o início da presidência russa para o período de 2021-2023.

Descrevendo os resultados, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que todos os participantes repetiram "seu compromisso com a paz, estabilidade e cooperação em altas latitudes, e definiram as principais áreas de promoção da cooperação internacional na região ártica".

Como novo presidente, a Rússia destacará o desenvolvimento sustentável em toda a sua presidência. A Rússia planejou manter um forte foco no povo do Ártico, incluindo maiores esforços para promover as culturas e línguas indígenas, o meio ambiente ártico e o desenvolvimento econômico sustentável, de acordo com o comunicado do Conselho à imprensa.

É necessário um alto grau de atividade multilateral para proteger o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável na região do Ártico. Essa cooperação também pode manter esta região de forma geopolítica e geoeconômica importante, segura e estável, disse Siira.

Além disso, os membros permanentes e participantes do Conselho devem encontrar maneiras de se envolverem de forma mais produtiva com os Estados observadores, como a China, que é um "Estado próximo ao Ártico" por direito próprio, acrescentou ele.

O Conselho do Ártico é o fórum intergovernamental preeminente para a cooperação nos assuntos do Ártico. A reunião ministerial do Conselho é realizada a cada dois anos, dando aos chanceleres dos oito Estados árticos e à liderança política dos seis Participantes Permanentes Indígenas a oportunidade de fortalecer a cooperação internacional na região.

O Conselho inclui Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos. A China ganhou o status de observador no Conselho em 2013.