Agência sanitária brasileira aprova uso emergencial de medicamentos experimentais contra COVID-19

2021-04-21 15:02:24丨portuguese.xinhuanet.com

Brasília, 20 abr (Xinhua) -- A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira o uso emergencial de dois medicamentos contra a COVID-19 da farmacêutica suíça Roche desenvolvidos em associação com a empresa biotecnológica norte-americana Regeneron.

Trata-se de um coquetel que contém a combinação de casirivimabe e imdevimabe (Regn-CoV2), dois remédios experimentais que atuam em ligação com a coroa do vírus de forma a impedir sua entrada nas células ainda não infectadas para replicar o material genético, controlando a doença.

O coquetel é indicado especialmente para pacientes que estão em idade avançada, obesos, que tenham doença cardiovascular, hipertensão, doença pulmonar crônica, aids, diabetes, doenças respiratórias, doença renal crônica e doença hepática, entre outras comorbidades e que apresentam alto risco de desenvolver progressão para um quadro grave da COVID-19.

O medicamento será de uso restrito a hospitais, para uso ambulatorial, ou seja, para pacientes que apresentam sintomas leves da doença, sendo administrado somente com prescrição médica. O medicamento não é recomendado para uso precoce ou preventivo. Também não será permitida a sua comercialização ou venda em farmácias.

Segundo a Anvisa, o tratamento é indicado para adultos e pacientes pediátricos (com 12 anos ou mais que pesem no mínimo 40 kg) que não necessitam de suplementação de oxigênio, com infecção por SARS-CoV-2 confirmada por laboratório e que apresentam alto risco de progressão para COVID-19 grave.

"Esses produtos são o que a gente chama de anticorpos monoclonais. A ideia dessa proposta é neutralizar o vírus para que ele não se propague nas células infectadas e assim controlar a doença", explica o gerente geral de medicamentos e produtos biológicos, da Anvisa, Gustavo Santos.

O medicamento não é recomendado para pacientes graves. "Anticorpos monoclonais como casirivimabe e imdevimabe podem estar associados a piora nos desfechos clínicos quando administrados em pacientes hospitalizados com COVID-19 que necessitam de suplementação de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica", alerta Santos.

A aplicação é intravenosa e deve ser administrada pouco depois da confirmação da COVID-19, através de teste viral, até dez dias depois do início dos sintomas.

Segundo Santos, estudos preliminares em pacientes ambulatoriais desde o diagnóstico da doença até 29 dias após o início do tratamento, mostraram uma redução de 70,4% nas hospitalizações ou mortes relacionadas com a COVID-19.

O coquetel é o segundo medicamento para tratamento do vírus liberado pela Anvisa que, em março passado autorizou o uso emergencial do antiviral Remdesivir, produzido pela biofarmacêutica Gilead Sciences. Fim

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