Estudo em Wuhan indica que anticorpos da COVID-19 podem prevenir reinfecção durante pelo menos nove meses
Beijing, 20 mar (Xinhua) -- Cerca de 40% dos pacientes positivos de COVID-19 em Wuhan, capital da Província de Hubei, centro da China, têm anticorpos que podem oferecer proteção contra a reinfecção com o vírus durante pelo menos nove meses, aponta um novo artigo publicado no periódico médico The Lancet.
Segundo o estudo, a taxa positiva ajustada da COVID-19 na cidade, que foi duramente afetada pelo vírus no início do ano passado, ficou em apenas 6,9%, indicando que só uma proporção pequena da população da cidade foi infectada depois do surto da epidemia.
"Avaliar a proporção da população que foi infectada com a COVID-19 e que é imune é crucial para determinar as estratégias efetivas de prevenção e controle para reduzir a possibilidade de um ressurgimento futuro da pandemia", disse Wang Chen, principal autor do artigo e presidente da Academia de Ciências Médicas e da Universidade Médica União de Beijing.
Primeira pesquisa de longo prazo sobre a seroprevalência em Wuhan, o estudo testou anticorpos de COVID-19 em mais de 9.500 residentes que vivem em todos os 13 distritos depois que o lockdown da cidade foi retirado no início de abril de 2020. Testes de amostras sanguíneas foram conduzidos em junho e no período de outubro a dezembro para examinar se os anticorpos estavam presentes.
Os estudos anteriores em muitos países mostraram que a população infectada com a COVID-19, como estimada pela taxa positiva de anticorpos de soro, é muito mais alta que os casos infectados reais. O novo estudo sugere que isso pode ser principalmente devido ao fato de que a maioria das pessoas infectadas eram assintomáticas ou não foram testadas ou tratadas devido a suas infecções moderadas.
Além disso, o estudo descobriu que os níveis de anticorpos em pacientes assintomáticos foram mais baixos que aqueles em pacientes confirmados e casos sintomáticos. Os resultados podem ajudar a facilitar a prevenção precisa da infeção com a COVID-19 no futuro, disse a co-autora Ren Lili, do Instituto de Biologia de Patógeno da Academia de Ciências Médicas e da Universidade Médica União de Beijing.
"Pouco é conhecido sobre a durabilidade de respostas imunes contra a COVID-19 por um período longo. Em nosso estudo, descobrimos que a proporção de participantes com anticorpos contra o vírus foi sustentada durante pelo menos nove meses. É importante notar que os teores de anticorpos neutralizantes se mantiveram estáveis durante pelo menos nove meses", segundo Ren.
Alguns pesquisadores provenientes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Wuhan e do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças disseram que o entendimento da seroprevalência e como os níveis de anticorpos mudam ao longo do tempo em Wuhan ajudará a informar suas estratégias de vacinação, com suas descobertas indicando que a vacinação em massa é necessária para evitar ressurgimentos do vírus.
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