China não aceitará acusações infundadas dos Estados Unidos, diz chanceler chinês

Anchorage, Estados Unidos, 18 mar (Xinhua) -- A China nunca aceitou e jamais aceitará as acusações infundadas dos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.

Os Estados Unidos devem abandonar seu antigo hábito de hegemonismo e desistir completamente de seu comportamento arrogante de interferir nos assuntos internos da China, disse Wang no início de um diálogo estratégico de alto nível com os Estados Unidos, na cidade de Anchorage, no Alasca.

Observando que Anchorage é localizada no meio da rota aérea entre as capitais da China e dos Estados Unidos, Wang chamou a cidade de um "posto de gasolina" para os intercâmbios China-EUA e uma "interseção" para os dois países se encontrarem no meio do caminho.

Nos últimos anos, devido à supressão irracional dos direitos e interesses legítimos da China, as relações China-EUA enfrentaram dificuldades sem precedentes, disse Wang, acrescentando que esta situação prejudicou os interesses dos dois povos, bem como a estabilidade e desenvolvimento do mundo, e deve chegar ao fim.

Ele disse que a escalada das sanções dos EUA sobre questões relacionadas a Hong Kong em 17 de março foi uma interferência grosseira nos assuntos internos da China, que tem despertado forte indignação entre o povo chinês.

Não é uma maneira normal de receber os convidados o fato de que os Estados Unidos tenham introduzido sanções na véspera da partida da China para o diálogo, disse Wang.

Se os Estados Unidos querem aumentar sua chamada vantagem sobre a China através desta ação, eles calcularam muito mal, pois isso apenas expõe a fraqueza interna e a impotência do país, disse o funcionário chinês.

Essa prática não afetará de jeito nenhum a posição legítima da China, nem abalará a firme vontade do povo chinês de salvaguardar a soberania e a dignidade da nação, acrescentou ele.

Wang observou que, uma vez que o lado americano disse em suas observações iniciais que alguns países acreditavam que a China os coagia, seria necessário esclarecer se tal alegação provinha desses países ou da própria suposição dos Estados Unidos.

Se os Estados Unidos são parciais com alguns países só porque são seus aliados, ou mesmo porque tomam partido de suas palavras e ações equivocadas, será difícil para um desenvolvimento suave das relações internacionais, acrescentou Wang.

Enfatizando que a conversa telefônica entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente americano, Joe Biden, na véspera do ano novo lunar chinês foi muito importante, Wang disse que o consenso alcançado pelos dois chefes de Estado orientou a direção para que as relações entre a China e os Estados Unidos voltem ao caminho certo.

A comunidade internacional está prestando muita atenção ao diálogo em curso sobre se a China e os Estados Unidos podem realmente demonstrar sinceridade e boa vontade, e se os dois lados podem enviar sinais positivos para o mundo inteiro, disse ele.

Se o lado americano estiver disposto, a China pode trabalhar com os Estados Unidos para trocar opiniões com base no respeito mútuo, assumir suas responsabilidades e cumprir as tarefas confiadas, acrescentou Wang.

Yang Jiechi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e diretor do Escritório da Comissão de Assuntos Exteriores do Comitê Central do PCC, e Wang, estão participando do diálogo estratégico de alto nível de dois dias com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan.