Laços de investimento EUA-China permanecem profundos apesar dos esforços de "dissociação", diz jornal

Beijing, 5 fev (Xinhua) -- Apesar da rivalidade estratégica dos Estados Unidos com a China, quando "se trata de ganhar dinheiro, há muito mais que atrai do que repele", disse o Financial Times em uma análise publicada nesta quinta-feira.

Em seu artigo "Fluxos de investimento EUA-China contradizem as tensões geopolíticas", o jornal aponta que "os dados mostram que os esforços do governo do ex-presidente dos EUA Donald Trump para desvincular as economias chinesa e americana desmoronaram".

Investidores institucionais dos EUA, incluindo Fidelity e BlackRock, destacam-se proeminentemente entre os investidores na IPO da Kuaishou, uma popular plataforma chinesa de vídeo curto, que deve levantar até US$ 6,3 bilhões, revela o texto.

"Em vez de se desacoplar financeiramente, os EUA e a China agora têm uma das relações bilaterais de investimento maiores e de mais rápido crescimento do mundo", ressalta a matéria, citando Nicholas Borst, da Seafarer Capital Partners, um consultor de investimentos.

Os laços bilaterais de investimento são muito mais profundos do que as estatísticas oficiais sugerem, já que os investidores americanos detinham US$ 1,1 trilhão em ações emitidas por empresas chinesas no final de 2020 -- ou cerca de cinco vezes mais do que os US$ 211 bilhões capturados por dados oficiais dos EUA em setembro do mesmo ano, salienta o artigo, citando estimativas da empresa de pesquisa Rhodium Group.

As empresas chinesas levantaram US$ 19 bilhões através de ofertas primárias e secundárias nas bolsas dos EUA no ano passado, uma soma apenas superada em 2014 graças à gigantesca IPO de US$ 25 bilhões do Alibaba em Nova York, destaca o jornal.

Os esforços do governo Trump para colocar as empresas chinesas na lista negra ou impedir os americanos de investirem nelas "claramente não reduziram o apetite do mercado por uma maior integração financeira", afirma o texto, citando Thilo Hanemann, sócio da Rhodium.