Análise de Notícias: Exportações de vinho da Itália caíram em 2020, porém ainda melhor do que a maioria, devido aos mercados improváveis

Roma, 21 jan (Xinhua) - Do ponto de vista comercial, o ano passado foi um que a maioria no comércio italiano de vinhos gostaria de esquecer. Mas os números iniciais mostram que alguns pontos fortes improváveis ​​ajudaram a evitar que a contagem final fosse ainda mais fraca.

No geral, as exportações de vinho caíram 4,6 por cento no ano passado em comparação com os números de 2019, de acordo com estimativas do Wine Monitor produzida pela consultoria Nomisma.

Os números finais das vendas de vinho no mercado interno em 2020 ainda não estão disponíveis, mas, embora dados parciais mostrem que houve um aumento nas vendas diretas de vinho a particulares, não foi suficiente para compensar a falta de turismo e os limites severos nas operações de restaurantes e bares devido às regras de saúde do coronavírus.

De acordo com uma pesquisa do Wine News, um site italiano que se concentra no setor, as vendas no ano caíram de 10 a 20 por cento entre os produtores de vinho de alto nível.

Mas poderia ter sido pior, de acordo com o Wine Monitor do Nomisma e outras fontes. Os pontos fortes inesperados para o ano incluem vendas na Europa Oriental, principalmente na Ucrânia, e vendas de prosecco, um vinho espumante leve e acessível do nordeste da Itália.

O Wine Monitor observou que enquanto as exportações de vinho italiano caíram 4,6 por cento, a França, principal concorrente da Itália como maior produtora mundial de vinho em volume, viu suas exportações caírem 17,9 por cento. No geral, as vendas globais de vinho caíram 10,5 por cento.

"A indústria vinícola italiana sofreu um golpe em 2020, mas não há dúvidas de que o setor teve um bom desempenho em comparação com as indústrias vinícolas de outros países", disse à Xinhua, Denis Pantini, chefe da seção de agroindústria da Nomisma e diretor do Wine Monitor.

Pantini disse que um dos poucos pontos positivos para as exportações de vinho italiano veio da Ucrânia. O país ainda é um pequeno comprador de produtos de vinho italianos, mas a pesquisa do Wine Monitor mostrou que as exportações de vinho italiano para a Ucrânia aumentaram 38 por cento em 2020 em comparação com o ano anterior. No geral, as exportações de vinho para a Europa Oriental cresceram em 2020, apesar da desaceleração econômica global e das questões logísticas desencadeadas pela pandemia de COVID-19.

Outra área forte são as vendas do prosecco, que, segundo o jornal financeiro Il Sole 24 Ore, ultrapassou a marca do índice de vendas de 500 milhões de garrafas no ano passado, um aumento de 2,8 por cento em relação a 2019.

De acordo com Silvana Ballotta, executiva-chefe da Business Strategies, uma consultoria que se concentra em parte nos mercados chineses, as vendas do prosecco têm sido uma parte crescente das exportações de vinho da Itália para a China, o mercado de vinho de maior crescimento no mundo, de acordo com publicações comerciais.

Embora nem as exportações para a Ucrânia nem o mercado de prosecco sejam os pilares da indústria vinícola italiana, analistas disseram que sua importância em 2020 foi significativa. Pantini disse que ajudaram a "limitar os danos" durante um período desafiador.

Ainda assim, as prioridades para a indústria de vinho italiana provavelmente permanecerão inalteradas no futuro, incluindo o foco em convencer os consumidores em mercados maduros como Europa e Estados Unidos a migrarem para produtos de maior qualidade e ganharem participação de mercado em mercados de alto crescimento como a China.

"A China continua sendo um dos mercados de crescimento mais importantes para o vinho italiano, embora as exportações para o país tenham caído em 2020", disse Ballotta à Xinhua. "Assim que a pandemia passar, espero que as prioridades continuem de onde pararam".