Brasil vacinará contra COVID-19 apenas pelo sistema público de saúde

2020-12-15 12:32:28丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 14 dez (Xinhua) -- A vacinação contra a COVID-19 no Brasil será realizada somente pelo sistema público de saúde e não deve ser realizada pelo setor privado, informaram fontes oficiais nesta segunda-feira.

Segundo explicou em uma entrevista à imprensa virtual o presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), João Alceu Amoroso, a proposta do Ministério Público Federal de incluir a vacina contra a COVID-19 no sistema privado de saúde não tem sentido porque o Brasil já é mundialmente conhecido por seu plano nacional de imunização, algo que sempre foi obra do governo federal e deve continuar assim.

Amoroso lembrou que tanto o governo como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já deram sinais de que não venderão vacinas aos laboratórios e entidades privadas de saúde, ao menos inicialmente, quando a vacinação for em massa.

Não obstante, no futuro, não se descarta que a vacina contra a COVID-19 possa ser aplicada pela rede privada de saúde. "Será como ocorre hoje com a H1N1, quando se pode ir a um laboratório e tomar esta e outras vacinas que, no passado, foram objeto de políticas públicas", acrescentou Amoroso.

Segundo ele, incluir as vacinas contra a COVID-19 na rede privada de saúde no início da imunização causaria um aumento da desigualdade no país.

"No momento, isso não tem nenhum sentido e pode criar um enorme desequilíbrio e aumentar a desigualdade no acesso à vacina. Isso deve ser, sim, uma tarefa do Ministério da Saúde, coordenada com os estados e municípios, como sempre foram as outras campanhas bem-sucedidas de vacinação", afirmou.

Na opinião do presidente da FenaSaúde, devido ao fato da maioria das vacinas contra a COVID-19 requerer duas doses, a vacinação em massa da população deverá durar até 2022.

"O país vai demorar para atender os 200 milhões de brasileiros, com certeza vai varar 2021 e vamos entrar em 2022. A prudência diz que devemos continuar muito alertas porque o sistema está absolutamente estressado no momento e porque as festas de final de ano geralmente resultam em aglomeração", comentou.

O governo brasileiro divulgou no sábado seu plano de vacinação contra a COVID-19, que prevê quatro fases iniciais nas quais se vacinará os grupos de risco prioritários, mas evitou informar qualquer dada para o início da operação no país.

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