OMS convida retomada dos serviços de imunização na África em meio ao COVID-19

Nairóbi, 23 nov (Xinhua) - Os governos africanos devem estabelecer sistemas robustos para facilitarem a retomada dos serviços de imunização que foram interrompidos pela pandemia de COVID-19, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na segunda-feira.

Matshidiso Moeti, diretora-regional da OMS para a África, disse que aumentar a imunização durante a era da pandemia é a chave para reduzir o número de mortes por doenças que afetam grupos vulneráveis ​​como crianças no continente.

"O COVID-19 interrompeu a prestação de serviços essenciais de saúde, incluindo a imunização de rotina", disse Moeti em um comunicado divulgado em Nairóbi.

"Isso coloca as pessoas em risco de doenças evitáveis ​​por vacinas e ameaça os ganhos que fizemos até agora. Enquanto nos preparamos para uma vacina de COVID-19, devemos garantir que as vacinas que salvam vidas que já temos alcancem os necessitados", acrescentou ela.

As observações de Moeti surgiram na sequência de uma reunião virtual da OMS afiliada ao Grupo Consultivo Técnico Regional de Imunização da África (RITAG) realizada de 18 a 19 de novembro para discutir a situação da imunização no continente juntamente com a preparação para uma futura vacina de COVID-19.

Estatísticas da OMS indicam que, em 2019, a cobertura de vacinação na África estagnou em 74 por cento para a terceira dose da vacina contra difteria, tétano, coqueluche (DPT3) e em 69 por cento para a primeira dose da vacina contra o sarampo, muito abaixo da meta do continente de 90 por cento.

De acordo com a OMS, a pandemia de COVID-19 piorou as lacunas na cobertura de imunização em 2020, colocando milhões de crianças em risco de sucumbir a uma série de doenças infecciosas.

Ele disse que 1,37 milhão de crianças adicionais em toda a região africana perderam a vacina contra a tuberculose e 1,32 milhão de crianças com menos de um ano de idade perderam a primeira dose da vacina contra o sarampo entre janeiro e agosto, em comparação com o mesmo período em 2019.

Da mesma forma, as campanhas de imunização cobrindo sarampo, febre amarela, poliomielite e outras doenças infecciosas foram adiadas em pelo menos 15 países africanos este ano devido à pandemia.

"A ação coletiva para fortalecer a imunização é necessária, agora mais do que nunca, conforme nos aproximamos do final da Década das Vacinas e o COVID-19 limita o acesso a serviços de saúde essenciais em toda a África", disse Helen Rees, presidente da RITAG.

Richard Mihigo, gerente do programa de Doenças Preveníveis com Vacinas no Escritório Regional da OMS para a África, disse que o COVID-19 foi um alerta para os governos aumentarem a imunização e protegerem grupos vulneráveis ​​de mortes prematuras.