Especialistas alertam sobre "início de uma segunda onda" da COVID-19 no Brasil
Rio de Janeiro, 23 nov (Xinhua) -- Um grupo de especialistas brasileiros alertou nesta segunda-feira que o país vive o "início de uma segunda onda" do novo coronavírus, com base nos dados da pandemia das últimas semanas.
Formado por cientistas de várias universidades do país, o grupo de especialistas fez também uma série de recomendações para diminuir o impacto do aumento do número de casos e mortes de COVID-19 no Brasil.
Segundo eles, há três fatores que explicam o "aumento explosivo" ou a "manutenção" do vírus em grande escala no país: a falta destes sistemáticos com rastreamento de casos; falta de uma política central coordenada, clara e eficaz, de enfrentamento da situação e a flexibilização das medidas de isolamento sem evidências empíricas, sem uma análise rigorosa feita por especialistas.
"A situação no Brasil se deteriorou fortemente nas últimas duas semanas, e o início de uma segunda onda de crescimento de casos já é evidente em quase todos os estados, de forma particularmente preocupante nas regiões mais povoadas do país", afirmou a nota.
Os pesquisadores alertaram que o aumento no número de casos é consequência de "uma queda sistemática dos níveis de isolamento social, mas também da ausência de campanhas de esclarecimento e a falsa sensação de segurança disseminada na população".
A nota foi assinada por seis cientistas da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo eles, as mortes em excesso por síndrome respiratória aguda grave (Srag) nas últimas semanas indica fortemente que o número real de mortes por COVID-19 é superior aos números anunciados e superior às proporções em outros países.
Com base no aumento do ritmo de transmissão, os especialistas consideram poder afirmar "com alto grau de segurança que uma segunda onda de aumento da pandemia já se iniciou em todo o país".
Alertaram também que "o isolamento social vem caindo sistematicamente em todo o país desde que as primeiras medidas de distanciamento social foram implementadas em março, o que explica as ainda muito altas taxas de transmissão do vírus".
Com base em um modelo matemático, asseguraram que entre 9 e 28% da população brasileira já foi infectada pelo vírus.
"Consequentemente, todos os estados estão muito longe ainda de alcançar uma possível imunidade de rebanho. Permitir que a pandemia aumente até alcançar a imunidade de rebanho implicaria em um número de mortes muito maior do que o já observado até hoje, com uma forte saturação do sistema de saúde, o que aumentaria o número de mortes".
O Brasil registra atualmente quase 170 mil óbitos e mais de 6 milhões de casos de COVID-19, que converteram o país sul-americano no segundo do mundo com mais mortes e o terceiro em número de casos positivos.
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