Brasil desenvolve duas vacinas próprias contra COVID-19 que serão testadas em humanos em 2021

2020-11-12 10:58:02丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 11 nov (Xinhua) -- O Brasil pretende começar a testar no ano que vem em seres humanos duas vacinas contra o novo coronavírus desenvolvidas no país, com a intenção de que pelo menos uma delas esteja disponível em 2022, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira.

Segundo a Agência Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), centro público de referência em pesquisa biomédica, está desenvolvendo dois projetos de imunizantes contra a COVID-19, junto com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), usando plataformas tecnológicas pioneiras.

Ambas as vacinas estão em ensaios pré-clínicos no laboratório e devem passar por uma nova etapa de testes em animais conhecida como "estudo do desafio".

As duas vacinas já foram aprovadas na fase de imunogenicidade e toxidade em animais, o que significa que produziram uma resposta imune sem prejudicar a saúde das cobaias.

O próximo passo será verificar como as cobaias vacinadas respondem ao serem expostas ao SARS-CoV-2.

O vice-diretor da Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis, assegurou que o Brasil poderia oferecer essas vacinas junto com algumas das que farmacêuticas estrangeiras estão testando no país, "o que oferece uma soberania nacional", comentou.

Segundo Missailidis, é importante que o Brasil siga com os testes dessas duas vacinas próprias, independentemente dos avanços registrados em outras vacinas.

"Entendo que temos garantido um número significativo (de doses), mas ainda não se sabe a eficácia dessas vacinas mais avançadas. Ainda não se sabe se uma vacinação será suficiente ou se teremos que nos vacinar a cada ano, como ocorre com a gripe. Ter uma vacina própria que pode abastecer o mercado nacional com a mesma eficácia das grandes farmacêuticas é muito importante para as instituições públicas, para a saúde e para a ciência brasileira", acrescentou.

Missailidis explicou também que o Brasil poderia exportar sua própria vacina para ajudar a combater a COVID-19 em outros países.

Uma das vacinas que está sendo desenvolvida aproveitou a produção das proteínas S e N da SARS-CoV-2 que já era realizada na fábrica da Bio-Manguinhos para produzir testes de detecção da COVID-19.

Classificada como vacina de subunidade, a vacina injeta proteínas no corpo humano para que suas defesas as reconheçam e se preparem para quando o coronavírus iniciar uma invasão.

A outra vacina é sintética e utiliza peptídeos das proteínas S e N produzidos em laboratório por sínteses químicas e acoplados a nano partículas. Esses peptídeos ativam tanto a produção de anticorpos como a imunidade celular, impedindo o desenvolvimento dos sintomas da COVID-19.

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