Impacto econômico da COVID-19 será similar ao da grande depressão ou da crise de 2008, afirma vice-presidente brasileiro

Rio de Janeiro, 28 out (Xinhua) -- O impacto econômico causado pela pandemia do novo coronavírus será semelhante ao da grande depressão da década de 1930 e da crise econômica de 2008 e dificilmente poderá ser solucionado com uma vacina, afirmou nesta quarta-feira o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão.

Em um evento promovido pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Mourão disse que "não se sabe ainda a extensão dos danos econômicos e se já chegamos ao limite tolerável em termos de recessão. Se acumulam evidências de que o choque econômico gerado pelo novo coronavírus é, pelo menos, tão grande como aquele vivido na grande depressão, no começo do século passado e na recente crise financeira global".

Segundo o vice-presidente, a pandemia trouxe novos desafios para o mundo. "É verdade que o choque atual incide sobre uma economia que já enfrentava uma certa desaceleração", recordando as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que projeta uma contração global de 4,4% este ano.

De acordo com Mourão, os dados econômicos mostram impactos de grandes proporções nas atividades de produção e vendas, como, por exemplo, o alto número de pedidos de seguro desemprego nos Estados Unidos. Na Europa, acrescentou ele, os efeitos no mercado de trabalho foram mais amenos devido às políticas econômicas adotadas para evitar demissões em massa.

A economia brasileira, a maior da América Latina, deve se contrair este ano em 4,81%, segundo o prognóstico do mercado financeiro, enquanto o governo espera uma queda próxima de 4%.