Manifestantes iraquianos voltam às ruas exigindo reformas anticorrupção
Bagdá, 25 out (Xinhua) - Milhares de iraquianos protestaram no domingo na capital Bagdá e em várias províncias do centro e do sul do país para marcar o aniversário dos protestos antigovernamentais em massa que exigiram reformas abrangentes contra a corrupção.
Centenas de manifestantes se reuniram na Praça al-Tahrir pela manhã, no centro de Bagdá, para exigir reformas e responsabilização por aqueles que mataram centenas de manifestantes nos meses anteriores.
No final do dia, dezenas de manifestantes tentaram remover barreiras de concreto nas pontes al-Jumhuriya e al-Sinak, o que levou as forças de segurança a dispararem gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, enquanto alguns manifestantes jogavam coquetéis molotov sobre as tropas.
Uma declaração do porta-voz do comandante-chefe das forças iraquianas, Yehia Rasool, disse que "um grupo de sabotadores se infiltrou com os manifestantes e começou a lançar granadas de mão contra as forças de segurança, ferindo 32 membros da segurança, incluindo dois oficiais".
Durante a manifestação, o primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, visitou a sede do Comando de Operações Conjuntas e da Polícia Federal em Bagdá para discutir a proteção dos manifestantes e garantir seu direito de expressar sua opinião, segundo nota de imprensa divulgada pela assessora de al-Kadhimi.
Haider al-Saadi, um manifestante, disse à Xinhua que "continuamos nossas manifestações porque queremos que o governo identifique os assassinos dos manifestantes e exigimos uma reforma do processo político".
"O governo de Al-Kadhimi respondeu a algumas de nossas demandas, incluindo eleições antecipadas e responsabilização de alguns dos corruptos", acrescentou al-Saadi.
As manifestações antigovernamentais em massa continuam em Bagdá e em outras cidades do centro e do sul do Iraque desde outubro de 2019, exigindo reformas abrangentes, luta contra a corrupção, melhores serviços públicos e mais oportunidades de emprego.
Como parte de seus esforços para compensar as famílias das pessoas mortas nos protestos em todo o país, al-Kadhimi decidiu pagar os salários de 561 famílias das vítimas.
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