Nações europeias se esforçam para controlar COVID-19, à medida que novos casos aparecem em cenário sombrio

Bruxelas, 16 out (Xinhua) -- A segunda onda de COVID-19 continuou exercendo pressão sobre a Europa na sexta-feira, conforme os casos diários atingiam novos máximos em mais países. Diante do cenário sombrio, os governos decidiram tomar ou pensar sobre restrições mais rígidas para conter o coronavírus.

PRINCIPAIS AFETADOS

Alemanha, Grécia e Eslovênia observaram uma tendência preocupante, já que suas novas infecções por COVID-19 em um dia bateram novos recordes na sexta-feira, um dia depois que Itália, Portugal e Lituânia atingiram suas máximas em um único dia.

A agência nacional alemã de controle de doenças, o Instituto Robert Koch (RKI), anunciou na sexta-feira que novas infecções por COVID-19 no país quebraram o recorde de quinta-feira com 7.334 casos confirmados em um dia, elevando o número total para 348.557.

O número diário de quinta-feira em 6.638 marcou um salto de cerca de 1.500 em relação ao dia anterior. O pico de infecção diário anterior, em torno de 6.300 casos, foi registrado no final de março, informou a agência de notícias alemã dpa.

O aumento do número de infecções está relacionado principalmente a celebrações privadas com familiares e amigos. No entanto, também houve mais surtos relacionados ao COVID-19 relatados em lares e asilos, de acordo com o RKI.

Helge Braun, chefe da Chancelaria, disse à emissora RTL/n-tv que a situação de COVID-19 na Alemanha era "consideravelmente mais séria" do que na primavera. "Não esperamos que os números diminuam amanhã", disse Braun.

Enquanto isso, a França confirmou 25.085 infecções por COVID-19 nas últimas 24 horas, elevando a contagem total para 834.770, de acordo com dados divulgados pelas autoridades de saúde.

O número de novas infecções foi menor do que o recorde de 30.621 registrado na quinta-feira, mas permaneceu em um nível alto, nunca visto durante a primeira onda.

Na Itália, o primeiro país europeu a ser atingido pelo COVID-19, 10.010 novas infecções por coronavírus foram relatadas na sexta-feira, elevando o número total de infecções ativas atuais para 107.312, mostraram os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

"Estamos vendo uma aceleração na evolução da epidemia, que entrou em uma fase aguda com um aumento progressivo no número de casos", disseram o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde (INS) em seu último relatório de monitoramento semanal com referência entre 5 a 11 de outubro.

SEGUNDA ONDA DE BATALHA

Mais países europeus começaram a adotar medidas mais rigídas contra a segunda onda de COVID-19.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendeu na sexta-feira as restrições de seu governo ao coronavírus como "a coisa certa e responsável a fazer" na luta para conter a disseminação do coronavírus no país.

"Sem ação, nosso serviço de saúde ficará sobrecarregado", disse ele. "Quero evitar outra quarentena nacional".

Também na sexta-feira, a região de Kozani, no norte da Grécia, se tornou a primeira área do país a entrar em quarentena durante a segunda onda da pandemia. As autoridades anunciaram que até 29 de outubro, máscaras de proteção serão obrigatórias em todos os lugares, e reuniões públicas e viagens para fora da região estão proibidas. Lojas de varejo, restaurantes, cinemas e academias permanecerão fechadas por duas semanas.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e os ministros-presidentes dos 16 estados federais da Alemanha anunciaram medidas mais rígidas contra COVID-19 nesta semana, mas não chegaram a um acordo sobre várias questões, como a proibição de viajar e acomodação ou regras de saúde uniformes em todo o país.

As medidas de saúde na Alemanha agora incluem um limite de 10 participantes e duas famílias em eventos privados realizados nas partes da Alemanha designadas como núcleos de coronavírus, relatou a dpa.

Eles também decidiram pedir que pubs e restaurantes nesses pontos de núcleos que fechassem por volta das 23:00h. As novas regras serão aplicadas em regiões com mais de 50 novas infecções por 100.000 residentes em uma semana, segundo a dpa.

Em regiões onde a taxa de novas infecções aumentou para 35 por 100.000 residentes ao longo de uma semana, o uso obrigatório de máscara facial deve ser expandido para áreas onde as pessoas se reúnem por períodos mais longos.

Em Chipre, o ministro da Saúde, Constantinos Ioannou, disse que devido à possibilidade de o coronavírus sair do controle no país, o presidente Nicos Anastasiades presidirá uma reunião da equipe científica para aconselhar o ministério a considerarem novas medidas restritivas.

Na Eslovênia, novas restrições surgiram a partir de sexta-feira nas chamadas regiões "vermelhas" do país.

Mais duas das 12 regiões estatísticas da Eslovênia foram trocadas de "laranja" para "vermelho" no medidor de incidência de coronavírus, o que significa que as restrições de quarentena agora se aplicam a nove regiões no total.

Bares, restaurantes e instalações esportivas fecharão em todas as regiões "vermelhas" no sábado, como parte das medidas mais rígidas contra o coronavírus.

O porta-voz do governo para COVID-19, Jelko Kacin, disse que as autoridades devem anunciar novas medidas na noite de sexta-feira.

Enquanto o mundo luta para controlar a pandemia, países em todo o mundo, entre eles os membros da União Europeia, China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos estão correndo para encontrar uma vacina.

De acordo com o site da Organização Mundial da Saúde, no dia 15 de outubro, havia 198 vacinas candidatas para COVID-19 sendo desenvolvidas em todo o mundo, e 42 delas estavam em ensaios clínicos.