Violência e COVID-19 contribuem para aumento das necessidades humanitárias no Sahel

2020-10-18 13:53:16丨portuguese.xinhuanet.com

Nações Unidas, 16 out (Xinhua) -- O aumento da violência armada, juntamente com as consequências econômicas e sociais da pandemia de COVID-19, estão contribuindo para piorar as condições das crianças no Sahel Central, relatou na sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

A agência disse que um recorde de 7,2 milhões de crianças em Burkina Faso, Mali e Níger agora precisam de assistência humanitária, um salto impressionante de dois terços em apenas um ano.

"Mais de um milhão de crianças foram deslocadas à força de suas casas", disse a porta-voz da UNICEF, Marixie Mercado, falando de Genebra.

"A água potável, tão crítica para a sobrevivência de crianças pequenas e para prevenir a COVID-19, está mais escassa do que nunca, especialmente entre os desabrigados", disse Mercado.

As condições são especialmente graves em algumas regiões de Burkina Faso que estão hospedando um grande número de pessoas deslocadas. A educação também está em perigo, afetando a vida dos jovens de várias maneiras.

Ataques direcionados já fecharam mais de 4.000 escolas nos três países antes do COVID-19 e a pandemia fechou o resto.

O Sahel Central é uma das regiões mais pobres do mundo e a situação humanitária geral do local se deteriorou drasticamente nos últimos dois anos.

O escritório de assuntos humanitários da ONU, OCHA, afirmou que mais de 13 milhões de pessoas precisam de assistência e, como mostram os números da UNICEF, mais da metade são crianças.

O número de pessoas que enfrentam níveis agudos de fome triplicou no ano passado, atingindo 7,4 milhões, enquanto 1,5 milhão de pessoas agora deslocadas internamente representam um aumento de vinte vezes em dois anos.

Enquanto isso, quarentenas e outras medidas para prevenir o COVID-19 levaram mais 6 milhões de pessoas à pobreza extrema. Mulheres e meninas são especialmente vulneráveis, e a violência de gênero também está aumentando.

O OCHA alertou que as necessidades estão crescendo mais rápido do que o financiamento pode acompanhar.

Além disso, o Programa Mundial de Alimentos disse na sexta-feira que sua necessidade de financiamento total para suas operações em todo o Sahel Central agora é de cerca de 170 milhões de dólares americanos para fornecer suporte crítico nos próximos seis meses.

São necessários cerca de 86 milhões de dólares para Burkina Faso, 21 milhões de dólares no Mali e 63 milhões de dólares no Níger.

"As pessoas que vivem na região de fronteira entre Mali, Burkina Faso e Níger estão agora em um epicentro de conflito, pobreza e mudança climática. Sem apoio, tememos que a região possa se transformar em uma das maiores crises do mundo", disse o porta-voz da agência, Jens Laerke.

Em meio a esses obstáculos, a Organização das Nações Unidas e seus parceiros continuam servindo as pessoas necessitadas.

Por exemplo, o UNICEF e seus parceiros trabalharam para alcançar crianças com alimentos terapêuticos que salvam vidas, imunização contra doenças mortais e acesso a água potável e saneamento.

Crianças que foram libertadas de grupos armados ou que foram vítimas de violência sexual também estão recebendo apoio para se recuperarem e se reintegrarem em suas comunidades.

No entanto, Mercado disse que as operações do UNICEF são "criticamente subfinanciadas".

O Sahel Central será o foco das atenções internacionais na próxima semana.

A Organização das Nações Unidas, juntamente com Dinamarca, Alemanha e União Europeia, realizarão uma conferência ministerial sobre a região na terça-feira. Os principais objetivos incluem implantar o que o OCHA chamou de "um senso de emergência muito mais agudo" sobre a situação, bem como levantar fundos para apoiar a ação humanitária.

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001394488331