COVID-19 custará US$ 16 trilhões aos EUA, diz ex-secretário do Tesouro
Washington, 12 out (Xinhua) -- A pandemia COVID-19 custará aos Estados Unidos US$ 16 trilhões, ou aproximadamente 90% do Produto Interno Bruto (PIB) anual, disseram nesta segunda-feira o ex-secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, e o economista da Universidade de Harvard, David Cutler.
Cerca de metade desse montante é a renda perdida com a recessão induzida pela COVID-19, e o restante, efeitos econômicos de uma vida mais curta e menos saudável, escreveram Cutler e Summers em um artigo publicado online no Journal of the American Medical Association.
A perda econômica será quatro vezes maior do que o custo da Grande Recessão, e é mais do que o dobro dos gastos totais para todas as guerras que os Estados Unidos travaram desde 11 de setembro de 2001, incluindo as do Afeganistão, Iraque e Síria, observaram os autores.
Para uma família de quatro pessoas, a perda estimada seria de quase US$ 200 mil, de acordo com o artigo.
Summers, que foi secretário do Tesouro do ex-presidente Bill Clinton e conselheiro econômico do ex-presidente Barack Obama, também é professor e ex-presidente da Universidade de Harvard.
Até a noite de segunda-feira, o país registrou mais de 7,8 milhões de casos confirmados de COVID-19 e mais de 214 mil mortes, de acordo com uma ferramenta de rastreamento de dados desenvolvida pela Universidade Johns Hopkins.
Cutler e Summers disseram que uma menor produção não é o único custo econômico da COVID-19, observando que a morte e a redução da qualidade de vida também podem ser medidas em termos econômicos.
Por exemplo, com a técnica de avaliação das "vidas estatísticas" -- que mede o quanto vale para as pessoas reduzir seu risco de mortalidade ou morbidade -- o custo econômico das mortes prematuras esperadas para o próximo ano é estimado em US$ 4,4 trilhões.
"A imensa perda financeira da COVID-19 sugere uma reconsideração fundamental do papel do governo na preparação da pandemia", disseram Cutler e Summers.
Atualmente, os Estados Unidos priorizam os gastos com tratamento agudo, com muito menos gastos com serviços de saúde pública e infraestrutura, observaram os autores.
Eles destacaram a importância de testes em larga escala, rastreamento de contatos e isolamento, observando que "o aumento do investimento em testes e rastreamento de contatos poderia ter benefícios econômicos pelo menos 30 vezes maiores do que os custos estimados do investimento nessas abordagens".
"À medida que a nação luta para se recuperar da COVID-19, os investimentos que são feitos em testes, rastreamento de contatos e isolamento devem ser estabelecidos permanentemente e não desmantelados quando as preocupações com a COVID-19 começarem a recuar", acrescentaram.
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