Não há "snapback" sobre sanções ao Irã, segundo presidente do Conselho de Segurança

Nações Unidas, 1 out (Xinhua) - O mecanismo "snapback" sobre sanções contra o Irã não foi convocado, ao contrário do que afirmam os EUA, disse Vassily Nebenzia, embaixador da Rússia na Organização das Nações Unidas, no papel de presidente do Conselho de Segurança para o mês de outubro.

"No snapback, acho que tudo está claro. O snapback não aconteceu", disse Nebenzia aos repórteres na quinta-feira.

O Conselho de Segurança falou sobre isso de forma inequívoca. Quase todos os membros do conselho enviaram cartas ao presidente do Conselho de Segurança em agosto, afirmando sua posição de que não compartilhavam da opinião dos Estados Unidos e que acreditavam que a Resolução 2231 do Conselho de Segurança, que endossava o acordo nuclear com o Irã, permanece intacta, observou ele.

A posição dos membros do conselho foi confirmada no resumo presidencial da discussão no final de agosto durante a presidência indonésia do Conselho de Segurança, e posteriormente confirmada pela presidência nigeriana, disse Nebenzia.

Depois que o chamado período de carência do snapback, os 30 dias, expirou em 19 de setembro, os Estados Unidos anunciaram que o snapback agora está em vigor, observou ele.

Os mesmos países reafirmaram sua posição, enviando cartas ao presidente do Conselho de Segurança e ao secretário-geral da ONU, dizendo que, em seu ponto de vista, o snapback é uma ilusão dos Estados Unidos, disse Nebenzia.

"Portanto, estamos vivendo em uma situação sem retorno, de plena implementação da Resolução 2231. Entendo que os próprios Estados Unidos entendem isso, e eles simplesmente usam essa situação para irem com suas próprias sanções unilaterais ao Irã, para continuar sua política de pressão máxima naquele país", afirmou ele.

A Resolução 2231 prevê o mecanismo de snapback, que só pode ser convocado por um participante do acordo nuclear com o Irã.

Os Estados Unidos, que originalmente participavam junto com Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia, perderam seu status após sua retirada do acordo em maio de 2018.

De acordo com a Resolução 2231, qualquer estado participante do acordo nuclear com o Irã pode notificar o Conselho de Segurança sobre uma questão que considere uma violação significativa do acordo. As sanções da ONU em vigor antes da adoção da Resolução 2231 em julho de 2015, incluindo um embargo de armas, seriam retomadas 30 dias após a notificação, a menos que o Conselho de Segurança adote uma resolução para decidir o contrário.

De acordo com a Resolução 2231, o embargo de armas contra o Irã expira no dia 18 de outubro de 2020.