EUA carecem de medidas obrigatórias contra COVID-19 para proteger trabalhadores do setor de carne

2020-09-23 16:28:59丨portuguese.xinhuanet.com

Nova York, 23 set (Xinhua) -- Os Estados Unidos "ainda não impuseram nenhuma medida de segurança obrigatória" às fábricas de carne para proteger os trabalhadores contra a COVID-19, só emitiram diretrizes voluntárias, informou a Bloomberg na segunda-feira.

O governo federal dos EUA não promulgou protocolos compulsórios para a segurança deste grupo em alto risco, deixando sem escolhas para os trabalhadores mas os fazendo tomar sua próprias medidas de segurança, como a instalação de barreiras de vidro de plástico e distribuição de equipamentos de proteção, reportou a agência de notícias com sede em Nova York.

As multas federais contra os principais processadores de carne foram inferiores a US$ 16.000, consideradas irrisórias pelos defensores dos trabalhadores.

Este mês, o Departamento do Trabalho dos EUA multou a Smithfield Foods Inc. em US$ 13.494 e a JBS SA em US$ 15.615, as primeiras sanções emitidas pelo governo dos EUA contra as fábricas de carne em relação à COVID-19. Dois senadores, um ex-funcionário da segurança e um importante sindicato nacional denunciaram os esforços dos reguladores como inadequados.

As infecções pelo coronavírus se espalharam rapidamente entre os trabalhadores do setor de carnes dos EUA em março e abril, levando as principais empresas a fechar as portas antes que o presidente dos EUA, Donald Trump, emitisse a ordem para mantê-las abertas no final de abril.

Pelo menos 42.606 casos confirmados da COVID-19 e 203 mortes relacionadas à doença foram notificadas entre os trabalhadores da indústria de carne até sexta-feira, de acordo com uma tabulação de boletins de notícias locais pela Food & Environment Reporting Network.

A resposta dos EUA "tem sido uma bagunça", disse James Ritchie, secretário-geral adjunto da União Internacional de Alimentos, Agricultura, Hotéis, Restaurantes, Catering, Tabaco e Associações de Trabalhadores Aliados, citado pela Bloomberg.

A ordem de Trump foi "francamente perigosa", uma vez que não chegou a nenhuma agência federal dos EUA que emitisse regras de segurança compulsórias, disse Ritchie.

Os esforços dos sindicatos para incluir medidas de segurança obrigatórias contra o coronavírus são "uma batalha difícil", disse a Bloomberg, citando Rebecca Reindel, diretora de segurança e saúde no trabalho da Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais.

Os esforços para melhorar as regulamentações de segurança são prejudicados porque os empregados costumam ser minorias e imigrantes que, ao contrário de outras profissões de alto risco, como médicos, trabalham fora da vista do público.

"Eles enfrentam muitas barreiras", disse Reindel. "Você tem muitos trabalhadores de cor. Você tem muitos trabalhadores imigrantes. Você tem muitos que não conhecem seus direitos de segurança e saúde."

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