Discurso de Xi à ONU mostra "visão claramente focada", diz renomado especialista dos EUA

Washinton, 22 set (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, apresentou ao mundo uma "visão claramente focada" de seu país sobre as relações internacionais, disse um renomado especialista norte-americano sobre a China.

A visão, ilustrada na segunda-feira em seu discurso via vídeo em uma reunião de alto nível para comemorar o 75º aniversário das Nações Unidas, apresenta "três princípios predominantes", disse à Xinhua por e-mail Robert Lawrence Kuhn, presidente da Fundação Kuhn.

O primeiro é que "o multilateralismo, representado pela ONU, é a única maneira com que o mundo contemporâneo pode funcionar bem", e o segundo é que "os grandes países (...) devem apoiar e defender o Estado de Direito internacional e honrar seus compromissos", apontou ele.

O terceiro, acrescentou, é que "o mundo deve rejeitar o unilateralismo, em que um país exerce o domínio".

Kuhn observou que Xi também destacou a intenção da China de não buscar hegemonia e controle, o que "indiretamente abordou a recente e cada vez maior acusação pública, especialmente no Ocidente, de que a China tem crescentes ambições imperiais".

Falando da mensagem de Xi no discurso de que nenhum país deve "ser permitido fazer o que quiser e ser uma hegemonia, intimidador ou o chefe do mundo", Kuhn disse que "usando uma frase evocativa e meio humorística, 'chefe do mundo', poderosa na simplicidade dela, (...) o presidente Xi transmite a mensagem com um sorriso, não uma carranca. "

Kuhn disse que as "recomendações mais prescritivas" de Xi incluem aumentar a representação e a voz dos países em desenvolvimento, uma posição que muitos países "sem dúvida apoiarão", e dar prioridade ao enfrentar desafios de segurança não tradicionais, como a saúde pública.

"O presidente Xi enfatizou que 'devemos agir, não apenas falar', uma forma de pensar que tem caracterizado seu estilo de governança ao longo de sua longa carreira no governo", disse Kuhn. "Eu mesmo me lembro de Xi me dizendo exatamente isso em 2006, quando era secretário do Partido em Zhejiang e nos encontramos em Hangzhou."