(Multimídia) Destaque: Nova pesquisa mostra possível presença da COVID-19 em Los Angeles antes da China anunciar seu surto

2020-09-11 13:03:22丨portuguese.xinhuanet.com

Um homem de máscara em uma rua perto de Venice Beach, Los Angeles, Estados Unidos, em 10 de abril de 2020. (Xinhua)

Los Angeles, 10 set (Xinhua) -- Um novo estudo realizado por pesquisadores americanos divulgado nesta quinta-feira sugere que o coronavírus mortal pode já ter chegado a Los Angeles no final de dezembro, circulando ativamente na região meses antes dos primeiros casos definitivos nos Estados Unidos serem identificados.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), avaliaram mais de 10 milhões de registros de pacientes e saúde no departamento de pacientes não internados, emergências e instalações hospitalares da UCLA Health, abrangendo o período de 1º de dezembro de 2019 até 29 de fevereiro de 2020, e compararam esses registros com os dados do mesmo período dos cinco anos anteriores.

Eles encontraram uma tendência preocupante. As consultas de pacientes às clínicas ambulatoriais da UCLA que buscavam atendimento à tosse aumentaram em mais de 50% e superaram o número médio de consultas para o mesmo sintoma nos últimos cinco anos em mais de 1.000.

Também descobriram um excesso "significativo" no número de pacientes atendidos nos serviços de emergência por relatos de tosse e de pacientes internados com insuficiência respiratória aguda durante esse período.

Esses excessos permaneceram mesmo após contabilizar mudanças na população de pacientes e variação sazonal, segundo o estudo, publicado no periódico Journal of Medical Internet Research, revisado por pares.

"Para muitas doenças, os dados sobre a configuração de pacientes não internados podem fornecer um alerta antecipado aos serviços de emergência e unidades de terapia intensiva hospitalares do que está por vir", disse Joann Elmore, principal autora do estudo e professora da Escola de Medicina David Geffen da UCLA.

"A maioria dos estudos de COVID-19 avalia os dados de internação, mas também analisamos a configuração clínica maior de pacientes não internados, onde a maioria deles se dirige primeiro para buscar atendimento médico quando surgem doenças e sintomas", disse Elmore.

Os pesquisadores observaram que o número excepcionalmente alto de visitantes, pacientes e internações sugere a disseminação comunitária do SARS-CoV-2 antes da conscientização clínica e do estabelecimento da capacidade de testes.

Isso pode indicar que o coronavírus chegou silenciosamente e começou a estabelecer uma base sem ser detectado na Costa Oeste por volta do Natal de 2019. Se for verdade, isso abalaria a narrativa atual das origens do vírus no país.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) relataram o primeiro caso de COVID-19 nos EUA em 21 de janeiro: um homem que viajou de Wuhan, na China, para o estado de Washington. E foi só em 26 de fevereiro que o CDC confirmou a disseminação comunitária do coronavírus nos Estados Unidos.

Os pesquisadores da UCLA não concluíram com certeza que o coronavírus estava por trás das tendências estabelecidas em seu estudo, dizendo que outros fatores poderiam ser responsáveis por alguns desses aumentos inesperados, como o uso de cigarros eletrônicos ou gripe.

"Talvez nunca saibamos realmente se esse excesso de pacientes representou casos iniciais e não detectados de COVID-19 em nossa área", disse Elmore. "Mas as lições aprendidas com essa pandemia, associadas a análises de cuidados de saúde que permitem a vigilância em tempo real de doenças e sintomas, podem potencialmente nos ajudar a identificar e rastrear surtos emergentes e epidemias no futuro."

Uma cliente de máscara facial em um supermercado em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, em 4 de março de 2020. (Xinhua/Li Ying)

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