Saída da EUA da OMS coloca em risco a saúde e segurança no país, diz "The Lancet"

2020-07-12 18:02:27丨portuguese.xinhuanet.com

Londres, 11 jul (Xinhua) -- A decisão dos Estados Unidos de sair da Organização Mundial da Saúde (OMS) viola a legislação americana e põe em risco a saúde e a segurança no país, segundo um comentário publicado nesta quarta-feira no site de "The Lancet".

O presidente americano, Donald Trump, anunciou em maio que seu país cortaria relações com a OMS e deixaria de financiá-la. Na segunda-feira, os EUA notificaram o secretário-geral das Nações Unidas da sua saída da organização.

A saída dos EUA é ilegal "porque não tem a aprovação expressa do Congresso", detalhou o artigo, citando um precedente do Supremo Tribunal que diz que "quando o presidente toma medidas incompatíveis com a vontade expressa ou implícita do Congresso, seu poder está em seu ponto mais baixo".

A saída da OMS "terá consequências terríveis para a segurança, diplomacia e influência dos EUA", acrescentou o artigo.

Depois de notar que agências, empresas farmacêuticas e laboratórios do país dependem do Marco de Preparação de uma Gripe Pandêmica da OMS para obter amostras de vírus da gripe para pesquisa e desenvolvimento, o artigo apontou que a saída dificultará que o país, o mais afetado pela COVID-19, desenvolva contramedidas biológicas, pois o novo coronavírus, além da gripe sazonal, apresentará um desafio grave para o sistema de saúde em todo o mundo este outono.

Mais de 100 países se uniram ao teste Solidariedade para procurar tratamentos para a COVID-19 lançado pela OMS, que encabeça também a iniciativa Acelerador do Acesso às Ferramentas contra a COVID-19.

"Os americanos poderiam ter o acesso limitado aos escassos suprimentos de vacinas e provavelmente serão proíbidos de viajar para outros países" como resultado da saída, disse o artigo.

Depois de sair da OMS, "ausentes suas obrigações sob o tratado, em um mundo multipolar, significa que não haverá garantias para que os países cooperem com os EUA", sublinhou.

"Os EUA não podem cortar laços com a OMS sem incorrer graves distúrbios e danos que farão que os americanos estejam muito menos seguros", disse.

Devido às críticas de políticos americanos sobre a OMS por não investigar o surto da COVID-19 na China e pelas supostas falhas do país asiático no início do surto, Richard Horton, editor chefe do "The Lancet", tuitou na quarta-feira: "Não se deve culpar a China. Na minha opinião, devemos agradecer os cientistas e trabalhadores sanitários chineses por seu incrível e generoso compromisso com a luta contra o surto. Merecem nossa gratidão incondicional".

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