Entrevista: Cúpula China-África contra COVID-19 ajuda a reconstruir sistemas de saúde africanos, diz especialista

Addis Ababa, 19 jun (Xinhua) -- A Cúpula Extraordinária China-África sobre a Solidariedade contra a COVID-19 é uma perspectiva excepcional para reconstruir os sistemas de saúde e economias africanos de maneira abrangente e responsável, disse um especialista etíope na sexta-feira.

Na quarta-feira, os líderes chineses e africanos realizaram a cúpula para aprofundar a cooperação que previa combater em conjunto a atual pandemia da COVID-19 em todo o continente africano.

"O mundo está em uma junção extraordinária na história, à medida que as nações se esforçam para sair de uma falência de Estado induzida por uma pandemia para proteger vidas humanas e suas economias. Entretanto, a Cúpula Extraordinária China-África sobre a Solidariedade contra a COVID-19 é uma perspectiva excepcional de reconstruir os sistemas de saúde e economias africanos de maneira abrangente e responsável", disse Costantinos Bt. Costantinos, consultor econômico da União Africana e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (UNECA), em uma entrevista à Xinhua na sexta-feira.

A cúpula, realizada via videoconferência na quarta-feira, foi proposta em conjunto pela China, África do Sul, presidente rotativa da União Africana (UA) e Senegal, copresidente do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).

"A China está fornecendo assistência médica a mais de 50 países africanos. Além disso, a China planeja suspender o pagamento de dívidas para os países em desenvolvimento, pois está se unindo no âmbito do G20 para iniciativas de alívio da dívida para a África. (...) A China tornará a vacina COVID-19 um bem público global", disse o especialista.

Enquanto isso, falando exclusivamente à Xinhua na quinta-feira, Billene Seyoum, porta-voz do primeiro-ministro da Etiópia Abiy Ahmed, disse que a cúpula virtual demonstrou a excelente parceria anti-COVID-19 entre África e China.

"Com o advento da pandemia da COVID-19 na China, muitos países africanos mostraram solidariedade naqueles tempos difíceis que a China estava passando", disse Seyoum.

"Da mesma forma, uma vez que os países africanos declararam os primeiros casos de COVID-19 no continente, a China prestou atenção à expressão de solidariedade, bem como no fornecimento de suprimentos essenciais que eram necessários e ainda são necessários no continente para abordar o desafio que temos pela frente", observou Seyoum.

Seyoum disse que o objetivo de convocar esta cúpula especial é reforçar a solidariedade sobre os desafios comuns colocados à humanidade pela COVID-19.

A China, que também está combatendo a COVID-19 em casa, está intensificando seus esforços com os países africanos, bem como com as organizações regionais e continentais em apoio à luta da África contra a pandemia.

Até quinta-feira, um total de 267.519 casos de COVID-19 foram relatados em 54 países africanos com 7.197 mortes, representando cerca de 3,2% de todos os casos registrados no mundo, de acordo com os Centros de África para Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC, em inglês), uma agência de saúde especializada da União Africana.