(Multimídia) EUA podem não ter "ponto de virada" da COVID-19 por um ano, dizem especialistas

2020-06-15 11:18:58丨portuguese.xinhuanet.com

Pessoas em um parque em Nova York, Estados Unidos, em 10 de junho de 2020. (Xinhua/Wang Ying)

Washington, 14 jun (Xinhua) -- Os Estados Unidos terão uma situação ainda mais grave na contenção da pandemia da COVID-19, à medida que os estados começaram a reabrir e as escolas retomarão as aulas presenciais em breve, apontaram epidemiologistas líderes.

"Temo que não veremos um ponto de virada por um ano", disse Stanley Perlman, professor de microbiologia e imunologia da Universidade de Iowa, em uma entrevista à Xinhua.

Os casos confirmados de COVID-19 no país ultrapassaram 2.083 mil até a tarde de domingo, com mais de 115 mil mortes, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins. Estados como Texas, Flórida e Califórnia atingiram novos recordes para casos de COVID-19 confirmados diariamente nas últimas duas semanas.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) projetaram na sexta-feira que os Estados Unidos estavam no ritmo de atingir 124 mil a 140 mil mortes pela COVID-19 até 4 de julho, e que mais óbitos poderiam ser esperados no Arizona, Arkansas, Havaí, Carolina do Norte, Utah e Vermont no próximo mês em comparação com o mês passado.

Um influente modelo de COVID-19 produzido pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) na Universidade de Washington também revisou suas projeções, prevendo cerca de 170 mil mortes por COVID-19 nos Estados Unidos até 1º de outubro.

As projeções descreveram um quadro sombrio do que poderia vir quando o verão acabar e o outono começar, com um aumento acentuado nas mortes diárias previstas em setembro..

"Com base na projeção do IHME e na atual taxa de letalidade da COVID-19 de 5,55%, veremos mais 1 milhão de casos confirmados nos Estados Unidos nos próximos três meses e meio", disse à Xinhua Zhang Zuofeng, professor de epidemiologia e reitor associado de pesquisa na Escola de Saúde Pública da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Zhang atribuiu o aumento das novas infecções de COVID-19 a três fatores principais: as reuniões em massa em todo o país para protestar contra a morte de George Floyd, um afro-americano que morreu sob custódia da polícia, o que resultou em contatos próximos e uma rápida disseminação do vírus; a reabertura de empresas em todos os estados, o que aumentaria as reuniões e possibilidades de infecção; e a retomada das escolas, podendo ser um foco para uma nova onda de infecções.

À medida que todos os 50 estados começaram a relaxar as restrições e cerca de duas semanas depois que as pessoas se aventuraram nas celebrações do Dia do Memorial, surgiram pontos críticos em estados como Carolina do Sul e Missouri e cidades como Houston e Phoenix, de acordo com uma reportagem do The Hill.

As contagens de casos semanais estão aumentando em metade de todos os estados, e apenas 16 estados e o Distrito de Columbia viram sua contagem total de casos diminuir por duas semanas consecutivas, de acordo com a matéria.

Os estados podem precisar implementar novamente as rigorosas medidas de distanciamento social que foram adotadas no início deste ano se os casos de COVID-19 subirem "dramaticamente", disse o vice-diretor de doenças infecciosas dos CDC, Jay Butler, na sexta-feira.

"A situação é muito preocupante", disse Zhang.

Foto oficial de Stanley Perlman, professor de microbiologia e imunologia da Universidade de Iowa, conforme publicada no site da universidade. (UIowa)

Foto oficial de Zhang Zuofeng, professor de epidemiologia e reitor associado de pesquisa na Escola de Saúde Pública da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, conforme publicada no site da universidade. (UCLA)

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