Indonésia planeja recrutar voluntários para ajudar a conter disseminação da pandemia de COVID-19

Por Bambang Purwanto

Jacarta, 6 jun (Xinhua) - Após o envolvimento de militares e policiais nos esforços para mitigar a pandemia de COVID-19, o governo indonésio planeja agora recrutar voluntários para ajudar a tornar possível um novo cenário normal no país.

O plano foi feito porque o governo ainda precisa de pessoal nos campos em seus esforços para conter o crescente número de pacientes de COVID-19 no país, apesar do recente destacamento de militares e policiais para ajudar a disciplinar as pessoas no exercício dos protocolos de saúde.

O ministro coordenador de Desenvolvimento Humano e Cultura, Muhadjir Effendy, obteve aprovação do presidente, Joko Widodo, para recrutar voluntários que deverão ajudar a rastrear mais pessoas provavelmente infectadas pelo vírus.

O ministro disse depois de participar de uma recente reunião do gabinete que o presidente teve os testes rápidos otimizados de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS), considerando a proporção da população total.

O presidente disse em uma reunião do gabinete que a meta de 10.000 testes rápidos de COVID-19 por dia foi atingida e agora ele queria aumentar a meta para 20.000 ou até 30.000 testes diários em todo o país.

O presidente disse que testes maciços de COVID-19 devem ser realizados para fornecer resultados mais precisos e uma imagem completa da prontidão da Indonésia para entrar na nova vida normal.

De acordo com uma organização internacional de dados, Our World in Data, no dia 5 de junho, a Indonésia realizou apenas 0,94 testes rápidos por 1.000 habitantes.

Como a Indonésia tem mais de 260 milhões de pessoas, o número ideal de testes rápidos deve ser de pelo menos 30.000 por dia, e está de acordo com a expectativa do presidente.

Segundo o ministro Effendy, apenas um quinto do rastreamento pode ser realizado sob os 30.000 testes rápidos e, portanto, um rastreamento maciço deve ser feito de maneira correta e cuidadosa.

O ministro afirmou que os 30.000 testes rápidos por dia deveriam ser realizados para apoiar os esforços do governo antes de suspender as restrições sociais em larga escala.

Para esse fim, o governo planeja recrutar voluntários com formação em saúde, educação médica e treinamento, incluindo os alunos do último semestre, formados em obstetrícia, enfermagem e saúde pública, para participar do maciço programa de testes rápidos.

Os casos de COVID-19 na Indonésia aumentaram em 993 em um dia para 30.514, com o número de mortos aumentando em 31 para 1.801, disse Achmad Yurianto, funcionário do Ministério da Saúde, em entrevista coletiva no sábado.

Segundo ele, mais 464 pessoas receberam alta dos hospitais, elevando o número total de pacientes recuperados para 9.907.

A pandemia se espalhou para todas as 34 províncias do país arquipelágico. No entanto, a partir das 12:00h no sábado, em Jacarta, não foram encontrados mais casos positivos em cinco províncias: Aceh, Bengkulu, Celebes do Sudeste, Celebes do Oeste e Nusa Tenggara Oriental.

Recentemente, o governo enviou soldados e policiais para quatro províncias: Jacarta, Java Ocidental, Sumatra Ocidental e Gorontalo, além de 25 distritos/cidades que vêm aplicando a política de grande distanciamento social.

O comandante aéreo das forças armadas indonésias, marechal Hadi Tjahjanto, disse que seus soldados foram colocados em áreas públicas, incluindo mercados tradicionais, locais turísticos, tráfego, shoppings, estações ferroviárias e de ônibus, onde os protocolos de saúde são implementados.

É esperado que a cooperação entre as partes interessadas atenda ao desejo das pessoas de retomarem as atividades livres das infecções por COVID-19, disse Tjahjanto, esperando que o R0 (uma medida do potencial de uma doença) caia para 0,7 ou até mais nas quatro províncias e 25 distritos/cidades.

Segundo o chefe, quase 350.000 homens e policiais do exército foram enviados para 1.800 pontos dos protocolos de saúde nessas províncias e distritos/cidades.