Pandemia da COVID-19 pode levar 60 milhões de pessoas à pobreza extrema, diz Banco Mundial
Washington, 3 jun (Xinhua) -- A economia global está sofrendo um golpe devastador pela pandemia da COVID-19, que ameaça levar mais de 60 milhões de pessoas para a pobreza extrema este ano, estimou o presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass, nesta terça-feira.
Em uma coletiva de imprensa sobre o lançamento dos capítulos analíticos do relatório ''Perspectivas Econômicas Globais'', Malpass destacou que os países em desenvolvimento estão enfrentando uma crise econômica e de saúde sem precedentes, que coloca em risco décadas de progresso de desenvolvimento.
"Os pobres e os mais vulneráveis são os mais atingidos, aumentando a profunda desigualdade causada pelo crescimento que costumava ser lento demais para grandes empregos, renda média mais alta e melhores padrões de vida ", disse Malpass aos repórteres.
Restrições sem precedentes necessárias para enfrentar a pandemia da COVID-19 desencadearam profundas recessões em muitas economias avançadas e mercados emergentes, além das economias em desenvolvimento, de acordo com o relatório.
"Recessões profundas em curso provavelmente deixarão cicatrizes permanentes através de múltiplos canais, incluindo menor investimento e inovação, erosão do capital humano e recuo das cadeias globais de comércio e suprimentos", diz o relatório.
Esses efeitos podem muito bem reduzir o crescimento potencial e a produtividade do trabalho no longo prazo, observou o relatório. "Os danos a longo prazo serão particularmente severos nas economias que sofrem crises financeiras e, nos exportadores de energia, devido à queda nos preços do petróleo."
Apesar dos inúmeros desafios, o presidente do Banco Mundial sublinhou que algumas das maiores preocupações ainda não se concretizaram.
Diante da pandemia, Malpass disse que o Banco Mundial trabalhará para limitar os danos e ajudar os países a se prepararem para a recuperação, para que possam se reconstruir melhor e mais forte do que antes.
"As escolhas de políticas feitas hoje - incluindo maior transparência da dívida para convidar novos investimentos, avanços mais rápidos na conectividade digital e uma grande expansão das redes de segurança de caixa para a população carente - ajudarão a limitar os danos e estabelecer uma recuperação mais forte", explicou ele.
O presidente do Banco Mundial observou que o financiamento e a construção de infraestrutura produtiva estão entre os desafios de desenvolvimento mais difíceis de resolver na recuperação pós-pandemia.
"Os países precisarão permitir uma alocação ordenada de capital para setores produtivos nas novas estruturas pós-pandemia, usando sistemas que podem construir e reter para capital humano e físico durante a recuperação", disse ele.
Malpass acrescentou que haverá necessidade de novos tipos de empregos, negócios e sistemas de governança.
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