Brasil suspende compras de respiradores estrangeiros para tratar pacientes com COVID-19

Rio de janeiro, 2 jun (Xinhua) -- O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira ter suspendido todos os contratos para a compra de respiradores fabricados no exterior que seriam destinados aos leitos de UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) para vítimas da doença do novo coronavírus (COVID-19), ao entender que a indústria nacional poderá atender a demanda.

Em uma entrevista ao canal de televisão CNN Brasil, o empresário Carlos Wizard, novo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE), do Ministério da Saúde, confirmou o cancelamento e explicou que a razão foram os altos preços cobrados pelos fornecedores externos.

"Fiz um trabalho de prospecção no mercado e decidimos que não pagaríamos mais de US$ 10 mil por aparelho. Nos cenários do mercado internacional, cada aparelho estava de US$ 20 mil a US$ 30 mil. Todo e qualquer contrato que tínhamos com mercado internacional foi cancelado e a indústria brasileira está atendendo a nossa demanda", disse Wizard, que já atuava como conselheiro de assuntos estratégicos do ministério.

Segundo ele, a intenção do governo com a suspensão é favorecer a indústria nacional, em um momento de clara contração econômica pela queda da atividade provocada pela COVID-19.

"Recomendei usar o freio de mão e fortalecer a indústria nacional, para privilegiar nosso parque industrial. No mês passado, a indústria nacional entregou 1.622 respiradores. De forma que, todo e qualquer contrato previsto com o mercado internacional foi cancelado", disse.

A suspensão das compras de respiradores no exterior acontece em plena expansão da COVID-19 no Brasil, que tem deixado vários estados com a rede sanitária em colapso pelo alto número de infectados.

Segundo o último boletim divulgado pelo governo, o país registrou oficialmente pelo menos 31.199 mortes e 555.383 casos do vírus.