COVID-19 não mudou em termos de transmissibilidade e severidade, dizem funcionários da OMS
Genebra, 1º jun (Xinhua) -- Funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram na segunda-feira que a COVID-19 não mudou na sua transmissibilidade nem na sua severidade e que mais esforços são necessários para conter a transmissão e salvar vidas.
Em resposta a uma pergunta sobre a sugestão de alguns médicos de que o coronavirus está de algum modo perdendo a potência, a doutora Maria Van Kerkhove, diretora técnica do Programa de Emergência de Saúde da OMS, disse que isso não é correto.
Kerkhove explicou em uma entrevista coletiva que há duas características principais utilizadas para medir o vírus desde o começo: a transmissibilidade e a severidade.
A primeira significa "quantos casos secundários pode um caso infectar" ou "o número de reprodução", que naturalmente é superior a dois. A segunda se refere a quão severamente pode esse vírus causar uma variedade de doenças. No caso da COVID-19, "20% dos indivíduos terão uma grave doença".
"Assim, em termos de transmissibilidade, isso não mudou. Em termos de severidade, tampouco mudou", enfatizou Kerkhove.
O doutor Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergência de Saúde da OMS, coincidiu com Kerkhove e disse que "este é ainda um vírus assassino e ainda estão morrendo milhares de pessoas todos os dias por causa deste vírus. Assim temos de ser excepcionalmente cuidadosos e não criar um sentido de que, de repente, por vontade própria, o vírus decidiu ser menos patogênico. Este não é o caso no absoluto" .
"Poderia ser que como comunidade e como planeta tenhamos reduzido com êxito a intensidade em número e frequência de exposição a este vírus, ante o qual o vírus parece mais débil. Mas poderia ser mais fraco porque estamos fazendo um melhor trabalho, não porque o próprio vírus se esteja debilitando", acrescentou.
No entanto, Kerkhove enfatizou que "há coisas que podemos fazer para conter a transmissão e salvar vidas".
"Ha medidas que podemos implementar para reduzir a transmissão, para conter a transmissão, e essas incluem detectar, submeter a provas, isolar e atender todos os casos, rastrear e pôr em quarentena todos os contatos, garantindo que tenhamos mobilizado e engajado o público, que tenhamos uma abordagem de toda a sociedade e de todo o governo", disse.
"E sabemos que o tratamento prévio, a identificação antecipada e o apoio com oxigênio cedo quando for necessário, podem salvar vidas, assim são coisas que acredito que possam reduzir a potência, que possam reduzir o poder deste vírus. Mas se deixarmos que o vírus continue, infectará as pessoas e causará uma grave doença a 20% da população", acrescentou.
De acordo com Ryan, o público não deve "ser negativo em relação a qualquer mensagem esperançosa, mas ao mesmo tempo tem de ser realista e deve ser guiado pelos fatos". Ele acrescentou que "neste momento não podemos nos arriscar e temos de continuar fazendo as coisas que estamos fazendo".
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