Comentário: Ao se afastar da OMS, Washington deriva em direção à antítese da humanidade

2020-05-31 17:52:43丨portuguese.xinhuanet.com

por Wang Lei

Beijing, 31 mai (Xinhua) -- Em sua última medida unilateral marcada pela irresponsabilidade e arrogância, Washington anunciou nesta sexta-feira que encerrará as relações dos Estados Unidos com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma plataforma crucial que agora está liderando a comunidade global em uma crise de saúde pública global sem precedentes.

O anúncio vem dias depois que a Casa Branca, em uma carta ao chefe da entidade, ameaçou tornar "permanente" o congelamento temporário do financiamento estadunidense e reconsiderar sua adesão à organização.

Não é surpresa que alguns formuladores de políticas dos EUA tenham optado por ir mais longe para minar o organismo mundial para desviar o foco da culpa pela péssima maneira como lidaram com a pandemia da COVID-19 em seu país. À medida que o coronavírus continua a se espalhar e já matou mais de 360.000 pessoas em todo o mundo, a decisão egoísta, sem dúvida, prejudica os esforços globais para eliminar o vírus, e está destinada a ser um tiro no próprio pé. Além disso, a mudança posiciona Washington no lado oposto dos interesses comuns da raça humana.

Apesar da contínua campanha de desinformação de Washington, é amplamente reconhecido que a OMS tem agido de forma rápida e contundente como um ator principal desde o início do surto da doença este ano, e fez conquistas notáveis na coordenação desta luta global de alto risco.

Com estreita cooperação entre seus membros, a OMS tem acompanhado de perto a situação, fornecendo informações e orientações cruciais em tempo hábil e reunindo esforços globais para a pesquisa científica e a contenção do vírus.

No final de abril, a organização, juntamente com parceiros do setor privado e outros grupos globais de saúde, lançou uma iniciativa para intensificar ações conjuntas para acelerar o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas em tratamentos contra a COVID-19. A entidade também pediu que seja garantido acesso igualitário aos tratamentos, independentemente da idade, raça, sexo ou riqueza.

Para muitos países, especialmente aqueles duramente atingidos pelo vírus, o organismo global de saúde é insubstituível quando se trata de obter dados e informações importantes sobre tratamentos e desenvolvimento de vacinas, bem como equipamentos e serviços que salvam vidas.

Como a única superpotência do mundo, armada com as mais avançadas tecnologias médicas e sistemas, bem como um grande número de trabalhadores experientes em saúde, os Estados Unidos devem ser uma força motriz para ajudar a vencer o patógeno.

No entanto, em um momento em que a organização precisa de mais apoio para fazer seu trabalho, os Estados Unidos estão tentando se livrar de suas obrigações internacionais e sair em meio a este momento desafiador sem precedentes.

Desde que assumiu o comando, esta Casa Branca prometeu "Tornar a América Grande de Novo" colocando "América Em Primeiro Lugar" de todas as formas possíveis, embora isso seja frequentemente feito às custas dos interesses compartilhados da comunidade internacional. Como resultado, o país tem se tornando cada vez mais hostil ao multilateralismo e à cooperação global.

Nos últimos anos, a atual administração retirou-se do Acordo de Paris sobre a mitigação das mudanças climáticas de 2015, deixou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, deixou o Conselho de Direitos Humanos da ONU e saiu do acordo nuclear iraniano.

Em uma carta de 18 de maio cheia de erros factuais e preconceito pessoal, a Casa Branca alegou que não financiaria ainda mais uma organização que não está "servindo ao interesse da América".

No entanto, nesta luta global contra o inimigo comum da humanidade, os interesses de todos estão entrelaçados e ninguém pode sobreviver a essa situação sem cuidar dos outros. Se os tomadores de decisão dos EUA realmente desejam proteger os interesses da América, eles precisam mudar agora seu foco de fazer com que a OMS e muitos outros sejam bodes expiatórios e devem trabalhar com o resto do mundo de modo a acabar com o surto e salvar o máximo de vidas possível.

No entanto, considerando a prática persistente da Casa Branca de ir atrás de interesses próprios puros a todo custo nos últimos anos, um cenário mais possível que os países em todo o mundo podem ter esperança é que Washington simplesmente pare de piorar as coisas. Mas mesmo essa esperança parece pouco provável. Ou talvez a comunidade global deva começar a se acostumar com um mundo onde nunca se pode contar com os Estados Unidos.

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