Especial: Estudantes chineses arrecadam dinheiro para doar a comunidades pobres do Rio de Janeiro

2020-05-30 16:32:44丨portuguese.xinhuanet.com

Por Zhao Yan

Rio de Janeiro, 29 mai (Xinhua) -- Duzentas cestas básicas chegaram nesta semana à comunidade da Maré, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, para ajudar os moradores que sofrem com a falta de recursos e a fome durante a epidemia da COVID-19. As cestas básicas foram compradas com dinheiro arrecadado por quatro estudantes chineses de escolas de ensino médio que estão na Cidade Maravilhosa.

O Brasil é hoje o segundo país com mais casos confirmados do novo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, e o Rio de Janeiro é uma das cidades mais afetadas pela epidemia. Além da ameaça à vida com a doença, há também muitos que perderam o emprego e sofrem com a fome.

Xi Chuheng, que vive na capital carioca há cerca de nove anos, quer ajudar a terra onde vive. E isso o motivou a arrecadar fundos por meio da internet para comprar os alimentos para a comunidade da Maré.

Junto aos amigos Zhao Qichen, Wang Jianqiao e Wu Zhanpeng, Xi criou a organização sem fins lucrativos BeOne. O projeto foi lançado por meio de um site e também redes sociais, como Facebook, Instagram, WeChat e Tiktok. Nestas plataformas, eles convocaram as pessoas a ajudarem com doações.

"Temos um objetivo comum: oferecer ajuda às comunidades com dificuldades da melhor maneira possível", escreveram os quatro estudantes nas contas das redes sociais.

A iniciativa do grupo logo repercutiu entre amigos e familiares, que repostaram as mensagens em suas contas na internet. Para receber donativos de amigos que vivem na China, os estudantes abriram canais de pagamento por meio dos aplicativos WeChat Pay e AliPay, fazendo a conversão para o Real na taxa de câmbio do dia da doação.

Em uma semana, o grupo conseguiu arrecadar R$ 25 mil. Os primeiros R$ 8.906 foram utilizados para comprar as 200 cestas básicas entregues recentemente na Maré.

Armando Prazeres, presidente da Associação Cultural da Maré, que está encarregado de receber e distribuir as doações para os moradores, agradeceu as doações e disse à Xinhua que este "é um momento em que temos de estar juntos. O inimigo é invisível, perigosíssimo, então precisamos estar unidos".

Zhao Qichen, coorganizadora do projeto BeOne disse que todos os dias lê as mensagens deixadas pelos brasileiros na internet. Há muita gente agradecendo, estimulando para que mantenham o trabalho, assim como alguns que pedem desculpas por ainda haver pensamentos negativos e incorretos em relação à China. Todas as mensagens são bem recebidas pelos quatro amigos.

No Brasil, ainda existem pessoas que creem nas mentiras fabricadas, especialmente nos Estados Unidos, sobre a China. Zhao acredita que "China e Brasil são muito distantes, e isso faz com que alguns não consigam distinguir o que são falsas acusações sobre a China. Mas neste momento difícil, todos devemos deixar as diferenças de lado e dedicar nossos esforços para ajudar os mais necessitados, mostrando a amizade dos chineses".

"Nossas doações continuarão até que a situação em relação à pandemia melhore no Rio de Janeiro. Espero a chegada do dia em que poderemos voltar a cantar e dançar juntos nas praias cariocas", disse Zhao.

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