China fortalecerá entidades de mercado para sustentar crescimento

Beijing, 27 mai (Xinhua) -- Nas "duas sessões" em andamento, a China prometeu novos esforços para implementar uma série de medidas que injetarão mais dinamismo nas entidades do mercado, com objetivo de alcançar um crescimento em meio às consequências da COVID-19.

Explicando a decisão de não estabelecer uma meta específica para o crescimento econômico, o premiê chinês, Li Keqiang, disse ao apresentar um relatório de trabalho do governo na sessão legislativa nacional anual que isso permitirá que o país se concentre em garantir a estabilidade nas diferentes frentes e segurança em várias áreas, incluindo as operações das entidades do mercado.

A China possui mais de 100 milhões de entidades de mercado, sendo a maioria pequenas e médias empresas (PMEs), que fornecem mais de 80% do total de empregos no país. No entanto, elas também foram as mais atingidas pela epidemia.

Para impulsionar a restauração das atividades comerciais, as restrições de localização no registro que se aplicam a micro, pequenas e empresas autônomas serão relaxadas, enquanto serão feitos esforços para facilitar que os empreendedores iniciem um negócio e acessem oportunamente o apoio político, afirma o relatório.

"Uma vez que as entidades do mercado estejam garantidas, o emprego, a subsistência das pessoas e os fundamentos da economia serão assegurados", disse o economista Zhang Lianqi, também consultor político nacional.

A China lançou uma série de medidas direcionadas para apoiar as PMEs desde o início da epidemia.

Políticas como cortes do coeficiente de reservas obrigatórias dos bancos e programas especiais de repasse e redistribuição ofereceram 2,85 trilhões de yuans (US$ 400 bilhões) em empréstimos de baixo custo para empresas, especialmente as micro, pequenas e médias, bem como companhias individuais, disse o ministro da Indústria e Informatização, Miao Wei.

Os dados do ministério mostram que cerca de 91% das PMEs retomaram as operações até 20 de maio.

Para promover ainda mais as atividades das entidades do mercado, a China pretende reduzir a carga corporativa em mais de 2,5 trilhões de yuans em 2020, afirmou.

As políticas preferenciais continuarão sendo implementadas, incluindo corte de impostos e taxas, redução da parcela do seguro básico de velhice pago pelas empresas e extensão até o final do ano da redução do preço da eletricidade para negócios industriais e comerciais em geral.

Em termos de desenvolvimento do setor privado, o relatório observa que a China trabalhará para promover um ambiente favorável e dar às empresas privadas acesso igual em termos de fatores de produção e apoio político.

Isso não apenas reduzirá cargas das PMEs, mas também fornecerá um estímulo para o seu desenvolvimento, disse o legislador nacional Cai Zhongguang, acrescentando que as políticas trarão benefícios tangíveis para as empresas e criarão um ambiente sólido para que elas superem as dificuldades.