OMS prevê número menor de infecções e pico mais lento de COVID-19 na África

Nairóbi, 14 mai (Xinhua) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) previu na quinta-feira número menor de infecções por COVID-19 na África e previu um pico mais lento na maioria dos países, após o crescente sucesso das medidas contra infecção.

Matshidiso Moeti, diretora-regional da OMS para a África, disse que a revisão se baseia no sucesso de algumas das medidas que os governos estão implementando, como quarentenas parciais, distanciamento social e higienização das mãos.

Ela disse que uma modelagem anterior desenvolvida pela OMS mostrou que os casos de COVID-19 na África atingiam o pico em cinco semanas após o primeiro caso ter sido detectado em um país e que, em média, 26 por cento de toda a população do continente teria sido infectada.

"Essa modelagem foi baseada em infecções comunitárias projetadas, incluindo especialmente as áreas rurais. Mas vimos que os governos africanos adotaram medidas que diminuíram as infecções", disse ela durante sua atualização semanal on-line para jornalistas.

"As infecções nas áreas rurais também são mais baixas. Portanto, haverá um pico mais lento e um nível mais baixo de infecções do que o inicialmente projetado em nossa modelagem", disse Moeti.

Ela disse que a OMS está trabalhando com a Tanzânia, que não divulga dados de infecção desde 29 de abril, para fazê-lo, a fim de planejar a resposta apropriada.

A OMS, disse ela, está trabalhando em estreita colaboração com os governos de toda a África para aumentar e sustentar a educação da comunidade em questões como distanciamento social e higienização das mãos, a fim de verificar infecções que hoje são em média 1.500 por dia na África.

Um dos desafios identificados pela OMS é o crescente problema de acesso a alimentos em alguns países, que está causando desnutrição e, portanto, comprometendo a imunidade das pessoas afetadas.

Moeti disse que será importante continuar os serviços essenciais e garantir que os fornecedores de alimentos não sejam interrompidos e que aqueles que não têm acesso a alimentos possam obter ajuda alimentar.

A OMS, disse ela, está pronta para colaborar com a indústria de fitoterápicos na África para realizar ensaios clínicos de fitoterápicos para encontrar sua eficácia contra o COVID-19.

"A OMS trabalha há décadas na indústria de fitoterápicos na África. Até incentivamos os governos a fornecerem os fitoterápicos em seus programas nacionais de saúde", afirmou ela.

Ela disse que a OMS está trabalhando com uma coalizão responsável pela vacina de COVID-19 e que a agência está trabalhando com todos os parceiros para garantir que, uma vez encontrada a vacina, ela será acessível para todas as pessoas.

"A coalizão está trabalhando para garantir a equidade no acesso à vacina. Mas os desenvolvedores, especialmente o setor privado, precisam sentir que seus esforços são bem-vindos", disse ela.