Mais de 25% da população do Reino Unido pode ter contraído COVID-19, segundo estudo

Londres, 14 mai (Xinhua) - Mais de 25 por cento das pessoas na Grã-Bretanha provavelmente já tiveram COVID-19, de acordo com um estudo divulgado quinta-feira pela Universidade de Manchester.

Pesquisadores da Universidade de Manchester, Salford Royal NHS Foundation Trust e Res Consortium usaram os dados publicados das autoridades locais para avaliar o impacto cumulativo da infecção desde o início do surto de COVID-19 na Grã-Bretanha, informou a universidade.

Isso permitiu que os pesquisadores calculassem o valor R, o número de pessoas infectadas por uma pessoa com COVID-19, dentro de cada área da autoridade local.

Dados de casos publicados de 144 autoridades locais analisadas pela equipe agora fornecem um valor R bem abaixo de um, de acordo com a universidade.

O valor, que era superior a três no início do surto em meados de março de 2020, caiu em consequência do distanciamento social combinado com as consequências naturais da infecção cumulativa da comunidade, segundo a universidade.

Na segunda metade de abril, com base na extrapolação da variação na taxa de infecção entre as autoridades locais, com mais ou menos casos relatados dependendo da localização, mais de 25 por cento da população britânica já poderia ter contraído o novo coronavírus, segundo a equipe.

"O COVID-19 é uma condição altamente infecciosa e muito perigosa para um pequeno grupo de pessoas. No entanto, um grupo muito maior parece ter sintomas baixos ou inexistentes e não foi relatado", afirmou um dos autores do estudo, Adrian Heald, da Universidade de Manchester.

"Mostramos como o distanciamento e a quarentena social foram eficazes. Embora seja uma tragédia, poderia ter sido muito pior", disse Heald.

Mike Stedman, do Res Consortium, que realizou a análise dos dados, disse que os números "não são perfeitos", e apenas testes extensivos de anticorpos "podem nos dar uma imagem mais precisa".

"Como isso está apenas se tornando disponível, acreditamos que essa forma de modelagem é importante para informar a melhor abordagem para liberar a população", disse Stedman.

Os autores argumentaram que a suspensão incremental das restrições sociais atuais o mais rápido possível é vital para minimizar mais danos à economia e o impacto de contenção social prolongada.

No entanto, eles acrescentaram que isso deve ser equilibrado em conter a pandemia atual e minimizar futuros surtos de infecção.