Estudo internacional recomenda que Brasil adote medidas mais duras para conter avanço da COVID-19

2020-05-09 12:50:21丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de janeiro, 8 mai (Xinhua) -- O estudo de 25 páginas, ao qual o portal G1 teve acesso e publicou, afirma que " embora a epidemia brasileira ainda seja relativamente nascente em escala nacional, nossos resultados sugerem que mais ação será necessária para limitar sua expansão e evitar a sobrecarga do sistema de saúde".

Os pesquisadores analisaram os dados de 16 estados brasileiros afetados pela COVID-19 e o impacto das medidas de prevenção adotadas.

"Não está claro ainda se foram eficazes para reduzir a transmissão do vírus no país. Os casos relatados mais que dobraram nos últimos dez dias e mostram pouco arrefecimento," afirma o texto, que, ante o rápido crescimento sugere "orientar as decisões políticas que objetivam evitar a piora na emergência na saúde".

O estudo calculou a proporção da população infectada nos 16 estados analisados. Apenas no Amazonas (norte), o número supera os 10%, enquanto em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco, que, juntos com o Amazonas, somam 81% dos infectados, está entre 3% e 4%. No resto do país, mal supera 1%.

Os pesquisadores consideraram também que a parcela da população que já adquiriu alguma imunidade contra a COVID-19 está muito aquém do patamar considerado necessário para controlar a epidemia, entre 60% e 80%, nível que reduz a chance de circulação do vírus e garante o que os cientistas chamam de "imunidade de rebanho".

"É importante notar, contudo, que continua difícil estimar a extensão em que as mortes estão subnotificadas. Consideramos, portanto, vários cenários diferentes na nossa análise", ressaltam os cientistas.

O estudo diz que as medidas de isolamento social no Brasil, como fechamento de escolas e redução na mobilidade, reduziram o contágio pelo novo coronavírus nos 16 estados analisados, mas não foram suficientes, segundo mostram os "números de reprodução", como se conhece o indicador usado pelos epidemiologistas para acompanhar velocidade de contágio.

Para manter a pandemia controlada, é necessário que o número seja inferior a 1. "Um número de reprodução acima de 1 significa que a epidemia não está ainda controlada e continuará a crescer", afirmam os pesquisadores. No caso brasileiro, eles avaliam que o indicador caiu 54% do patamar inicial, estimado em torno de 3 e 4.

"Reduções substanciais no número de reprodução médio já foram alcançadas por meio das intervenções", afirma o Imperial College, acrescentando, porém, que esforço, ainda que necessário, ainda não bastou.

"Os resultados mostram que até agora as reduções na mobilidade não foram rigorosas o bastante para reduzir o número de reprodução abaixo de 1", afirmam.

"Essa tendência está em franco contraste com outras epidemias de COVID-19 na Europa e na Ásia, onde quarentenas forçadas reduziram com sucesso o número de reprodução", ressalta o estudo, que conclui: "na ausência de novas medidas de controle que reduzam a transmissão, o Brasil encara a perspectiva de uma epidemia que continuará a crescer exponencialmente."

Segundo o boletim divulgado nesta sexta-feira pelo governo, o total de mortes no país chegou a 9.897 e os casos confirmados a 145.328.

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001390428981