Estudioso dos EUA alerta contra teoria anti-China em meio à pandemia

Washington, 6 mai (XInhua) -- Culpar a China pela pandemia da COVID-19 com mentiras imprudentes "poderia colocar o mundo em conflito", alertou um estudioso dos EUA na quarta-feira.

Em um artigo de opinião publicado pela CNN, Jefferey D. Sachs, diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável na Universidade Columbia, denunciou a "grande mentira" do governo dos EUA de que "a China é a causa dos problemas da América".

As forças de direita norte-americanas até alegaram que a pandemia do novo coronavírus foi o resultado de um vazamento acidental de um laboratório chinês e que o "encobrimento" da China impediu uma resposta global efetiva.

Entretanto, tais reclamações foram desmentidas pelos cientistas e especialistas em todo o mundo. Segundo a CNN, até Anthony Fauci, mais alto especialista de doenças contagiosas do presidente norte-americana Donald Trump, e os resultados ainda secretos das agências de inteligência da Five Eyes negaram essas afirmações.

Chamando essas acusações de "imprudentes e perigosas", Sachs alertou que elas "poderiam colocar o mundo em conflito, tal como a mentira da Administração de Bush sobre as armas de destruição maciça no Iraque levou os EUA à guerra em 2003".

Apesar do fato de que as descobertas e análises científicas indicaram que o vírus tinha uma origem natural, o secretário de Estado norte-americana, Mike Pompeo, afirmou no domingo que "existe uma quantidade significativa de evidências de que isso veio do laboratório em Wuhan".

Sachs disse no artigo que a situação lembrou o país do "fim da era McCarthy", relembrando que o senador Joseph McCarthy usou "mentiras e insinuações para assustar os americanos à submissão".

"Além da alegação do vazamento no laboratório, a Administração dos EUA e as mídias de direita também acusaram que a China encobriu o surto de forma mais geral por semanas", escreveu Sachs. "Mas considerando o registro, os médicos em Wuhan observaram pela primeira vez casos incomuns de pneumonia viral em meados de dezembro. Os funcionários de saúde em Wuhan informaram o gabinete da Organização Mundial da Saúde na China em 31 de dezembro. O órgão de saúde chinês informou o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA em 3 de janeiro. O genoma foi sequenciado completamente e publicado online em 11 de janeiro, e Wuhan foi bloqueada em 23 de janeiro".

"Considerando a confusão inevitável na fase inicial sobre uma doença nova que nunca tinha sido vista, esse é um processo rápido", disse ele, acrescentando que "as acusações de direita contra a China não fazem sentido".

"A linha de fundo sobre a epidemia e o fracasso sombrio de Trump", segundo o professor, é que a partir de 30 de janeiro, quando a OMS declarou emergência global de saúde pública, não havia morte pela COVID-19 nos Estados Unidos.

"Agora há mais de 71 mil mortes nos EUA", disse ele. "Houve muitos alertas."