Comentário: Washington deve parar de abusar do "púlpito soberbo" como um púlpito intimidador

Por repórter da Xinhua, Wang Lei

Beijing, 4 mai (Xinhua) -- Mais de um século atrás, o então presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, cunhou a frase "púlpito soberbo" ao convidar jornalistas à Casa Branca para compartilhar suas opiniões sobre políticas públicas.

O termo tem sido comumente usado para descrever uma posição proeminente de autoridade que oferece uma oportunidade de falar e ser ouvido. Como a única superpotência do mundo, os Estados Unidos têm, sem dúvida, um poder incomparável de influenciar ou moldar as opiniões públicas globais para seus próprios propósitos.

Nos últimos anos, à medida que Washington se tornou cada vez mais imprudente no âmbito internacional, seu púlpito parece se tornar um púlpito de intimidação de longo braço. O caso mais recente são os incessantes ataques retóricos de alguns políticos de Washington que difamam a China em meio a uma pandemia devastadora do coronavírus.

Nos últimos meses, parece que alguns políticos como o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e o conselheiro comercial da Casa Branca, Peter Navarro, raramente abrem a boca sem difamar a China. Usando teorias infundadas e descaradas, eles tentaram promover conspirações ridículas sobre a origem do vírus, acusaram Beijing de almejar um papel global mais importante e tentaram responsabilizar a China pelo surto da COVID-19.

Washington tratou a Organização Mundial da Saúde (OMS), a espinha dorsal do sistema global de resposta à saúde pública, de uma maneira pior. Esse governo dos EUA não apenas bombardeou o órgão global de saúde com ataques verbais gratuitos semelhantes, mas também se mobilizou para eliminá-la em um momento em que a OMS precisa de mais, e não menos, apoio para fazer seu trabalho.

As mentes sóbrias de todo o mundo sabem que esses políticos estão lançando sua desesperada campanha de desinformação para encobrir a resposta fracassada de Washington desde o surto e transformar a pandemia em uma desculpa para legitimar sua estratégia de conter a China.

Assim como alguns cidadãos norte-americanos ingeriram água sanitária ou outros produtos de limpeza depois que a Casa Branca sugeriu que isso poderia ajudar a matar o vírus, essas alegações maliciosas podem não apenas matar células de senso comum nos cérebros de alguns, até tirar vidas, mas também alimenta medos, sentimentos racistas, ajuda a aumentar a desconfiança globalmente e prejudica a solidariedade, que é extremamente crucial para eliminar o vírus no momento.

Washington tem, de fato, uma história de abuso de seu poder para alcançar a dominação mundial. Um exemplo infame ocorreu quando o ex-secretário de Estado Colin Powell usou "evidências" fabricadas na ONU para demonstrar ao mundo que o Iraque estava ocultando armas de destruição em massa, abrindo caminho para a invasão americana no país do Oriente Médio e para uma longa guerra, em que centenas de milhares de pessoas morreram. Powell definiu mais tarde esse episódio de uma "mancha" em sua vida.

Quando Theodore Roosevelt criou o termo "púlpito soberbo", ele pretendia usar a influência de seu poder para chamar a atenção e inspirar seu povo com ideais nobres.

Hoje, os Estados Unidos, com seu enorme poder militar, econômico e tecnológico, ainda podem facilmente atrair a atenção do mundo, mas o que esses políticos de Washington fizeram para difamar outros na luta global de alto risco contra a pandemia mostra que o país norte-americano não conseguiu inspirar e liderar da maneira que uma superpotência responsável deveria.

Grande poder carrega consigo uma grande responsabilidade. O princípio de Peter Parker nunca foi tão relevante neste momento desafiador, quando o mundo está atormentado pelo vírus mortal, que até agora infectou mais de 3 milhões de pessoas e causou mais de 200 mil mortes.

Esses políticos dos EUA devem se livrar daquelas mentalidades ultrapassadas, deixar de lado o jogo da culpa e se juntar ao resto do mundo para derrotar o patógeno e salvar o maior número de vidas possível. Caso contrário, o púlpito soberbo de Washington servirá apenas para expor a natureza abusiva e arrogante de uma hegemonia americana.